Em reunião realizada nesta quarta-feira (24) com o secretário administrativo do estado, Pedro Lopes, foram discutidos acordos futuros, incluindo reajustes salariais programados para os próximos anos e outras medidas para melhorar as condições de trabalho dos servidores da saúde.
Mesmo diante das negociações, na manhã desta quinta-feira (25), os servidores da saúde estavam acampados na governadoria do estado, seguindo com a paralisação que começou no dia 3 de abril, em busca do reajuste para 2024. A resposta do governo era de 0% para este ano, assim como em 2023.
Carlos, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sindsaúde/RN) relatou que as difíceis condições de trabalho não envolvem apenas o reajuste, mas também a falta de insumos e material de qualidade no ambiente hospitalar.
“Não é de hoje que a gente denuncia que faltam insumos, materiais de hospital, a questão da alimentação também que às vezes falta dentro da unidade, faltam alguns insumos importantes e básicos. Recentemente o pessoal denunciou que (no Walfredo Gurgel) tava faltando papel toalha, esparadrapo, suporte de soro, aparadeira, papagaio, lençóis não são suficientes. Existem alguns equipamentos muito importantes que estão quebrados, como arco cirúrgico e ultrassom”, afirmou Carlos.
Na tarde de hoje, o Sindsaúde emitiu uma nota declarando o fim da greve, diante de um acordo feito entre a categoria e o governo, mesmo a classe tendo aceitado a proposta, não conseguiram o carro chefe da negociação, o reajuste para este ano.
Os pontos acordados na proposta
A recomposição salarial ficou distribuído da seguinte forma:
Janeiro 2025: Aplicação do índice do IPCA de 2023 (4,62%);
Abril de 2025: Aplicação do índice do IPCA de 2024;
Janeiro 2026: 2,0%;
Abril de 2026: Aplicação do índice do IPCA de 2025.
Além do reajuste entrou no acordo o aumento de carga horária de 30 para 40h; Reenquadramento pelo tempo de serviço dos servidores com mais de 30 anos, em maio de 2025; Implantação do piso da radiologia na mesma metodologia do piso da enfermagem, com paridade por ser pago com recursos do Tesouro, em maio de 2025, considerando sempre dois salários mínimos atualizados; Alteração legislativa para que o plantão eventual pago com habitualidade integra a base de cálculo da gratificação natalina, o Projeto de Lei irá em 2024; Passivos de implantação 2023, até R$ 8 milhões, pagamento no exercício de 2024, sendo R$ 400 mil por mês nos meses de junho a outubro, e a diferença em novembro e dezembro.
O acordo também inclui o piso da enfermagem para aposentados e o pagamento dos retroativos de maio a agosto/2023, cujos pontos o governo ainda irá dialogar com o Ministério da Saúde. E por fim, a realização de novos concursos para a área da saúde, previsto para ser cumprido até junho de 2025.
Em nota emitida pelo Sindicato, a categoria afirma que o acordo não era o que buscavam, mas que cumpre algumas das reivindicações. Confira um trecho:
“Na manhã desta quinta-feira (25), os servidores e servidoras da saúde do estado do Rio Grande do Norte (ativos e aposentados) se reuniram no auditório do sindicato dos Bancários para avaliar a greve que completou 23 dias no dia de hoje. Após muito debate da categoria e avaliação da nova proposta do governo, os servidores decidiram em ampla maioria encerrar a greve. A orientação do Sindsaúde/RN é de que os servidores e servidoras da saúde retornem aos seus locais de trabalho nesta sexta-feira (26).
Mas o fim da greve não é o fim da luta! Esse foi o sentimento que refletiu na maioria das falas dos servidores durante a Assembleia. Foram 23 dias de muita luta e resistência. De acampamentos, atos, manifestações e de enfrentamentos nas mesas de negociação, até chegar a uma proposta (que não é a desejável defendida pelo sindicato), mas que na avaliação da categoria é uma proposta possível e que atende diversos pontos da pauta de reivindicações.”