O senador Rogério Marinho (PL-RN) utilizou suas redes sociais para rebater declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a respeito da tramitação do projeto de lei que impõe um limite aos chamados supersalários no funcionalismo público. Segundo Marinho, o Partido Liberal (PL) tem defendido a votação da matéria desde o ano passado, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) teria se omitido no debate.

A manifestação do senador ocorreu após Haddad afirmar, na sexta-feira (7), que a aprovação do projeto poderia acontecer em apenas duas semanas caso houvesse consenso entre PT e PL. “Se o PT e o PL concordarem em limitar a aposentadoria dos militares e os supersalários, aprova em duas semanas. Tá feito aqui o desafio”, declarou o ministro em entrevista.
Os chamados supersalários correspondem a vencimentos que ultrapassam o teto do funcionalismo público, atualmente fixado em R$ 46.366,19, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da previsão legal, na prática, diversos servidores acabam recebendo valores superiores ao limite devido a adicionais e outros benefícios.
Em uma entrevista recente ao Flow Podcast, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um desafio direto ao PL de Bolsonaro, afirmando que as reformas da previdência dos militares e a limitação dos supersalários poderiam ser aprovadas em apenas duas semanas caso o partido se unisse ao governo para apoiar as propostas.
Haddad declarou que, se o PL e o PT chegassem a um consenso sobre os dois projetos de lei — que tratam da limitação das aposentadorias militares e do teto para salários de altos funcionários públicos — a tramitação no Congresso seria rápida. “Se o PL de Bolsonaro desse uma declaração a favor desses dois projetos, ele passava em duas semanas”, afirmou o ministro, destacando a rapidez com que as reformas poderiam ser implementadas com o apoio do partido.
O desafio foi uma tentativa de pressionar os líderes do PL a se posicionarem favoravelmente às mudanças que, segundo Haddad, são fundamentais para equilibrar as contas públicas do país. “Vamos ver se o PL vai apoiar essas reformas. Se houver um acordo, a aprovação é praticamente garantida”, declarou o ministro.
Haddad também explicou que o governo Lula enviou ao Congresso o projeto de reforma da previdência dos militares, uma medida que, segundo ele, já deveria ter sido incluída na reforma da previdência de Bolsonaro, mas que agora está sendo abordada diretamente. O ministro concluiu com uma provocação: “Vamos ver se o PL se comprometerá com a aprovação, ou se ficará fazendo oposição barata”, referindo-se ao posicionamento que tem dificultado a aprovação das reformas.