O Rio Grande do Norte se destaca como o estado do Nordeste com a menor variação anual acumulada no custo médio por metro quadrado da construção civil, segundo dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), do IBGE. Até novembro de 2025, o aumento registrado foi de 3,71%, abaixo da média regional de 5,31% e da média nacional de 5,09%. O valor médio do metro quadrado no estado ficou em R$ 1.747,25.
Entre os estados nordestinos, os maiores aumentos foram registrados no Ceará (7,41%), Alagoas (6,75%) e Paraíba (6,35%). Na comparação regional, o Nordeste apresentou o terceiro maior percentual médio acumulado, atrás apenas do Centro-Oeste (5,85%) e do Sul (5,62%).
Quando se observa apenas o mês de novembro, o crescimento regional também se manteve baixo, com 0,16%, superando apenas o Centro-Oeste, que teve aumento de 0,14%. No RN, a variação mensal foi de apenas 0,03%, menor que a de estados como Paraíba (0,12%) e Ceará (0,34%), e apenas superior aos aumentos de Alagoas (0,01%) e Pernambuco (0,02%).
Francisco Ramos, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN), explica que os números atuais ainda não refletem a realidade completa do estado. “O percentual do Rio Grande do Norte está abaixo do esperado porque a variação do custo da mão de obra, que é ajustada em outubro, ainda está em fase final de negociação. Por isso, o reajuste não foi incluído nos dados coletados pelo IBGE”, afirma. Ele acrescenta que a expectativa é que o reajuste seja definido em janeiro de 2026, o que deve aproximar o percentual do RN à média nacional.
O vice-presidente destaca que a alteração nos custos da mão de obra também afetará o valor médio do metro quadrado. Apesar disso, a construção civil potiguar manteve-se competitiva durante o ano, com variações menores que em outros estados da região Nordeste.
Ramos observa ainda que a relação entre oferta e demanda tem pressionado o preço dos aluguéis em Natal, que crescem acima da inflação devido à escassez de imóveis. Ele projeta que, em 2026, a variação do custo de construção deverá superar ligeiramente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Com isso, o RN consolida-se como um estado com custos de construção relativamente controlados na região, mas com ajustes esperados nos próximos meses que podem alterar a dinâmica de preços local.






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