A Região Metropolitana de Natal registrou a terceira maior desigualdade de renda entre as principais áreas metropolitanas brasileiras em 2024, conforme revela a 16ª edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles. O estudo, desenvolvido por instituições de pesquisa incluindo o INCT Observatório das Metrópoles e a PUCRS Data Social, utilizou o coeficiente de Gini como parâmetro de medição.
A capital potiguar e seus municípios metropolitanos apresentaram coeficiente de 0,537 na escala, ficando atrás apenas das regiões metropolitanas de Brasília (0,547) e Recife (0,556). Esta posição contrasta com as áreas metropolitanas que exibiram os menores índices de desigualdade, como Goiânia (0,478), Manaus (0,480) e Belo Horizonte (0,484).
Apesar da ainda elevada desigualdade, a Região Metropolitana de Natal experimentou significativa melhora no período entre 2021 e 2024. O coeficiente de Gini local recuou de 0,589 para 0,537, representando uma substantiva redução na concentração de renda. Esta tendência de queda acompanhou o movimento nacional, que registrou o menor nível de desigualdade da série histórica, com o coeficiente de Gini do país passando de 0,565 para 0,534 no mesmo período.
Segundo análise dos pesquisadores, a trajetória positiva deve-se principalmente ao crescimento da renda do trabalho, que avançou com maior intensidade entre os quarenta por cento mais pobres da população. Programas de transferência de renda, mercado de trabalho aquecido e valorização real do salário mínimo aparecem como fatores determinantes para esta evolução. A proporção entre a renda do estrato mais rico e do mais pobre nas regiões metropolitanas caiu de 19,2 vezes em 2021 para 15,5 vezes em 2024.
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