O presidente Lula (PT) caminha para uma fragorosa derrota na principal eleição do país neste domingo, 27. O pleito municipal de São Paulo deve ser vencido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) com uma diferença de dois dígitos percentuais sobre seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Guilherme foi escolha pessoal de Lula, mesmo havendo divergência sobre seu nome no diretório municipal do Partido dos trabalhadores (PT). O presidente trouxe até a ex-prefeita e ex-senadora Marta Suplicy (PT), desfiliada do partido desde 2015, para ser vice na chapa do psolista.
A leitura de Lula sobre o pleito na pré-campanha se mostrou equivocada. Boulos já tinha alta imagem negativa na pré-campanha, associada a seus tempos de militância no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Lula poderia, ao menos, ter apostado num nome novo, sem antecedentes em eleições, já que sempre se mostrou avesso a firmar aliança com o prefeito Nunes, que apoiou Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
Depois de 20 anos o PT venceu uma eleição presidencial na cidade de São Paulo, a vitória da legenda em 2022 encerrou um jejum político-eleitoral que vigorava desde 2002. Contudo, o êxito de 2 anos atrás, como mostra esta municipal, não se traduziu em transferência dos votos de Lula para Boulos.
O presidente errou a mão na eleição paulistana, onde atuou fortemente para montar um palanque, e na reta final da campanha se mostra com pouca vontade de atuar em prol de Boulos.
A provável derrota do deputado na noite de domingo terá as digitais do presidente, e disso Lula não tem como se livrar.