População de Nova Descoberta luta contra construção de prédios em área de alagamento



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Área alagada com lixo - Foto: Reprodução Área alagada com lixo – Foto: Reprodução

Desde 2022, moradores da região de Morro Branco, em Nova Descoberta, Zona Sul de Natal, alertam as autoridades sobre o risco de alagamentos em uma área onde escavações e perfurações começaram a ser realizadas para a construção de duas torres. A área, segundo os moradores, é uma lagoa natural que sofre inundações durante o período de chuvas. Mesmo após notificarem a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), as obras foram licenciadas pela Prefeitura de Natal, o que causou indignação entre os residentes locais.

Sandra Amaral, bióloga e professora aposentada, destacou que, logo após a aprovação do Plano Diretor de Natal, já haviam sido feitos inúmeros alertas sobre o terreno. Ela explica que a área é um fundo de vale que drena toda a água das chuvas que desce da região, agravando a situação de alagamentos. De acordo com Sandra, “aquele terreno alaga sempre que chove, não precisa muito”.

Dois anos depois do início das denuncias sobre a construção do prédio, em 2024, os moradores estão lutando para barrar a construção das torres, temendo que os novos prédios piorem ainda mais a situação de alagamentos, principalmente nas casas mais simples da Rua da Torre. Maria Aparecida Silva, moradora da área há 33 anos, relatou que vive no “centro da enchente”, sendo uma das oito casas mais prejudicadas. Em uma das enchentes mais severas, ocorrida em junho, ela perdeu tudo, e a água chegou a ultrapassar a altura da geladeira em algumas residências.

Aparecida relembra com frustração o apoio limitado que receberam após a enchente. Segundo ela, as autoridades forneceram apenas uma cesta básica para cada morador. “Aqui não mora ninguém rico, até porque se morasse, já teria saído daqui”, desabafa a costureira, destacando a falta de soluções efetivas por parte da prefeitura.

Além dos alagamentos, a construção das torres é vista como uma ameaça ao equilíbrio ambiental da área. Sandra Amaral afirma que o Ministério Público do Rio Grande do Norte questionou o licenciamento do projeto, mas a resposta da prefeitura veio tarde demais. Segundo ela, o processo foi aprovado pela Seinfra sem considerar as águas da chuva que se acumulam na lagoa. “A drenagem comum não resolve o problema”, observa Sandra, ressaltando que, além da água, o lixo acumulado na área também representa uma grave ameaça à saúde dos moradores.

Diante da situação, o Ministério Público transformou o registro das denúncias feitas pelos moradores em um inquérito civil. Uma audiência pública está marcada para o próximo dia 10 de outubro, onde a questão será discutida em busca de soluções.

Enquanto isso, os moradores se mobilizam contra a construção das torres, que terão 20 andares cada uma. Eles estão colhendo assinaturas para uma petição que pede a suspensão do alvará e do licenciamento das obras, temendo que o projeto agrave ainda mais os problemas já enfrentados pela comunidade com as inundações.

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População de Nova Descoberta luta contra construção de prédios em área de alagamento



Área alagada com lixo - Foto: Reprodução Área alagada com lixo – Foto: Reprodução




Desde 2022, moradores da região de Morro Branco, em Nova Descoberta, Zona Sul de Natal, alertam as autoridades sobre o risco de alagamentos em uma área onde escavações e perfurações começaram a ser realizadas para a construção de duas torres. A área, segundo os moradores, é uma lagoa natural que sofre inundações durante o período de chuvas. Mesmo após notificarem a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), as obras foram licenciadas pela Prefeitura de Natal, o que causou indignação entre os residentes locais.

Sandra Amaral, bióloga e professora aposentada, destacou que, logo após a aprovação do Plano Diretor de Natal, já haviam sido feitos inúmeros alertas sobre o terreno. Ela explica que a área é um fundo de vale que drena toda a água das chuvas que desce da região, agravando a situação de alagamentos. De acordo com Sandra, “aquele terreno alaga sempre que chove, não precisa muito”.

Dois anos depois do início das denuncias sobre a construção do prédio, em 2024, os moradores estão lutando para barrar a construção das torres, temendo que os novos prédios piorem ainda mais a situação de alagamentos, principalmente nas casas mais simples da Rua da Torre. Maria Aparecida Silva, moradora da área há 33 anos, relatou que vive no “centro da enchente”, sendo uma das oito casas mais prejudicadas. Em uma das enchentes mais severas, ocorrida em junho, ela perdeu tudo, e a água chegou a ultrapassar a altura da geladeira em algumas residências.

Aparecida relembra com frustração o apoio limitado que receberam após a enchente. Segundo ela, as autoridades forneceram apenas uma cesta básica para cada morador. “Aqui não mora ninguém rico, até porque se morasse, já teria saído daqui”, desabafa a costureira, destacando a falta de soluções efetivas por parte da prefeitura.

Além dos alagamentos, a construção das torres é vista como uma ameaça ao equilíbrio ambiental da área. Sandra Amaral afirma que o Ministério Público do Rio Grande do Norte questionou o licenciamento do projeto, mas a resposta da prefeitura veio tarde demais. Segundo ela, o processo foi aprovado pela Seinfra sem considerar as águas da chuva que se acumulam na lagoa. “A drenagem comum não resolve o problema”, observa Sandra, ressaltando que, além da água, o lixo acumulado na área também representa uma grave ameaça à saúde dos moradores.

Diante da situação, o Ministério Público transformou o registro das denúncias feitas pelos moradores em um inquérito civil. Uma audiência pública está marcada para o próximo dia 10 de outubro, onde a questão será discutida em busca de soluções.

Enquanto isso, os moradores se mobilizam contra a construção das torres, que terão 20 andares cada uma. Eles estão colhendo assinaturas para uma petição que pede a suspensão do alvará e do licenciamento das obras, temendo que o projeto agrave ainda mais os problemas já enfrentados pela comunidade com as inundações.

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