A Polícia Militar do Rio Grande do Norte afastou dez policiais de suas funções operacionais após a denúncia de agressão feita pela advogada Edricélia durante a Festa do Caju, em Serra do Mel, na madrugada do último domingo (30). A corporação abriu uma investigação interna e afirmou que os agentes permanecerão fora das ruas até a conclusão da apuração.
A advogada relatou ter sido agredida após questionar o que considerou uma abordagem violenta dos policiais contra outra mulher. Segundo ela, mesmo após se identificar e apresentar a carteira da OAB, passou a ser hostilizada pelos agentes. Em entrevista, afirmou que teve o celular e a carteira tomados e que recebeu golpes na nuca sempre que pedia seus pertences de volta.
Edricélia também denunciou ter sido arrastada, agredida com tapas e cacetetes, ter o braço torcido e permanecer algemada e de joelhos enquanto era insultada por policiais. O exame de corpo de delito apontou hematomas e escoriações em várias partes do corpo, como orelha, punhos, braço, coxa e joelhos.
A advogada formalizou a denúncia na Delegacia da Mulher em Mossoró, acompanhada por representantes da OAB. A Polícia Civil deve ouvir testemunhas e analisar imagens do evento para esclarecer o caso.
A Ordem dos Advogados do Brasil no RN divulgou nota repudiando a agressão e o desrespeito às prerrogativas da profissional, pedindo rigor na investigação e o afastamento dos envolvidos. A Prefeitura de Serra do Mel também se manifestou, defendendo uma apuração transparente.
O afastamento dos policiais foi confirmado após reunião entre a OAB/RN, a Secretaria de Segurança Pública, PM, Polícia Civil, Procuradoria Geral do Estado e Secretaria das Mulheres. O presidente da OAB/RN, Carlos Kelsen, destacou que o encontro teve como objetivo garantir providências imediatas e avançar em ações de formação para agentes de segurança.
Segundo a OAB, a governadora Fátima Bezerra conversou por telefone com a advogada, prestou solidariedade e reforçou que determinou rigor na apuração. Em nota, a PM afirmou não compactuar com abusos e garantiu que a investigação ocorrerá com “total rigor e transparência”.







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