Um ato de protesto contra Igor Cabral, o “bombado do elevador” preso por tentativa de feminicídio em Natal, acabou atingindo moradores inocentes nesta quarta-feira (30). Pichadores confundiram o endereço e marcaram com tinta branca uma casa na mesma rua do agressor em Nova Descoberta, zona sul da capital potiguar, deixando a mensagem: “A rua vai cobrar cada soco”.
Os verdadeiros proprietários da residência pichada registraram boletim de ocorrência pela manhã, explicando que a casa de Igor fica a poucos metros e possui fachada semelhante. Eles destacaram não ter qualquer relação com o caso de violência que chocou a cidade no último sábado (26), quando Cabral desferiu mais de 60 socos na namorada dentro de um elevador em Ponta Negra.
O ex-jogador de basquete de 29 anos segue preso preventivamente, acusado de tentativa de feminicídio. Sua versão sobre “surto claustrofóbico” foi desmentida pelas imagens do circuito interno do elevador. A vítima, com múltiplas fraturas faciais, aguarda cirurgias reparadoras enquanto uma vaquinha online para seu tratamento já ultrapassou R$ 22 mil em doações.
O caso expõe como a comoção pública pelo crime pode gerar ações desproporcionais. Especialistas em segurança alertam que atos de vandalismo, mesmo com motivação aparentemente justa, configuram crime e podem prejudicar pessoas não envolvidas – como ocorreu com os moradores da residência equivocadamente pichada.
A Polícia Civil investiga o incidente e orienta que manifestações contra a violência de gênero sejam feitas por canais institucionais, como o Disque 180.
A Secretaria de Segurança Pública do RN reforçou o patrulhamento na região para evitar novos incidentes. Enquanto isso, o caso de Juliana continua mobilizando campanhas de apoio às vítimas de violência doméstica no estado.
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