Péssimo negócio



Marcelo Casal / EBC Marcelo Casal / EBC




A partir de 1995, a vitória no futebol passou a valer três pontos nas competições organizadas pela CBF. A diferença entre a vitória e o empate passou a ser de dois pontos.

A mudança teve a finalidade de tornar o futebol mais atrativo, com as equipes passando a jogar em busca da vitória. Infelizmente, depois de quase trinta anos, a alteração da regra não surtiu o efeito desejado.

O número de vitórias é o primeiro critério usado como desempate nas competições nacionais.

Tentando garantir o seu emprego, alguns treinadores abrem mão de jogar de forma ofensiva, pois preferem não arriscar. Eles entendem que o resultado de empate é o suficiente para mantê-lo no cargo.

Mesmo com a pontuação do 16° colocado, algumas equipes já foram rebaixadas pelo baixo número de vitórias.

Na penúltima rodada da atual Série C, o Floresta atingiu 19 pontos com cinco vitórias, o que impediu de ser ultrapassado por outras equipes que podem chegar aos mesmos 19 pontos, mas irão ficar com apenas quatro vitórias.

Com 22 pontos em 23 jogos, o Corinthians ocupa a 16a posição na classificação da Série A do Campeonato Brasileiro. O Timão soma 10 empates na competição, que correspondem a 10 pontos. Se nesses mesmos dez jogos, o Corinthians tivesse vencido quatro jogos e perdido os outros seis jogos, ele estaria com 24 pontos, na 15a posição na classificação da competição.

A maior pontuação pela vitória   e o número de vitórias sendo o primeiro critério para definir a classificação final das competições,  o empate passou a ser um péssimo negócio.

Notas

  1. O planejamento do América para 2025 já começou. A direção da SAF agiu de forma correta ao renovar os contratos do goleiro Renan Bragança e do volante Ferreira. Eles tiveram desempenho que justificam as suas renovações.
  2. Alguns integrantes da imprensa esportiva parecem desconhecer o que norteia um bom jornalismo. Antes de fazer uma acusação, o bom profissional deve apurar os fatos e ouvir os envolvidos. O pessoal da SAF do América não tem qualquer envolvimento no  empréstimo que envolve o nome do América,  de uma empresa de energia solar e de uma instituição financeira.
  3. Talvez por falta de conhecimento, Hermano Morais, Presidente do América, cobra da SAF coisas que não estão no contrato, como a construção de um muro no CT. O pessoal da SAF faz negócio e não favor. Se o contrato foi mal feito e os valores envolvidos estão abaixo da realidade do mercado, o problema passa pelo jurídico do clube e pelos membros do Conselho Deliberativo que não tiveram a capacidade de analisar o contrato assinado entre as partes.
  4. Ficar ou não com o técnico Marquinhos Santos para a próxima temporada. Esse é um dos dilemas do pessoal da SAF do América. Os números de Marquinhos Santos à frente do América são bons, mas o desempenho da equipe deixou a desejar em vários jogos, principalmente na Série D.
  5. O América foi condenado a pagar R$ 1,3 milhão ao meia Matheuzinho. O valor da ação é de R$ 2,47 milhões. O contrato do jogador previa o pagamento de R$ 300 mil, em quatro parcelas, como pagamento de luvas; R$ 120 mil de bonificação; salário de R$ 36 mil; e o pagamento de R$ 24 mil de direito de imagem. O América vai recorrer, mas será difícil reverter a decisão do juiz do TRT/RN.
  6. Em 2023, a CBF estabeleceu que os clubes devem contabilizar todos os ingressos com pelo menos o valor da meia-entrada. Isso vale para os ingressos dos sócios-torcedores. Caso o valor da meia-entrada seja de R$ 30, o ingresso do sócio terá que constar no borderô como sendo R$ 30. A decisão inflou as rendas e beneficiou as federações, que cobram percentuais sobre a renda bruta.
  7. O torcedor do Flamengo precisa entender que o time de Jorge Jesus acabou. O time de 2019, que jogou um futebol fantástico, não existe mais. Os poucos jogadores daquela época estão cinco anos mais velhos e o rendimento já não é o mesmo.
  8. Das quatro equipes que estariam classificadas para a Série A de 2025, três são paulistas (Santos, Novorizontino e Mirassol). Diante disso, poderemos ter sete representantes de SP na Série A de 2025, o que representa 35% do total das equipes da competição.
  9. Conforme balanço publicado, em 2023, o América SAF teve um prejuízo de R$ 9,7 milhões, ou seja, gastou muito mais do que arrecadou. O prejuízo já era esperado, mas o valor assusta. Parte do prejuízo foi causado por salários pagos a jogadores medíocres e fora da realidade do mercado da Série C.
  10. Como o número de vitórias é o primeiro critério para a classificação, é difícil de entender porque determinados treinadores têm “alergia” à vitória. Três pontos de uma vitória valem mais do que três empates, embora a pontuação seja a mesma.

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A mudança teve a finalidade de tornar o futebol mais atrativo, com as equipes passando a jogar em busca da vitória. Infelizmente, depois de quase trinta anos, a alteração da regra não surtiu o efeito desejado.

O número de vitórias é o primeiro critério usado como desempate nas competições nacionais.

Tentando garantir o seu emprego, alguns treinadores abrem mão de jogar de forma ofensiva, pois preferem não arriscar. Eles entendem que o resultado de empate é o suficiente para mantê-lo no cargo.

Mesmo com a pontuação do 16° colocado, algumas equipes já foram rebaixadas pelo baixo número de vitórias.

Na penúltima rodada da atual Série C, o Floresta atingiu 19 pontos com cinco vitórias, o que impediu de ser ultrapassado por outras equipes que podem chegar aos mesmos 19 pontos, mas irão ficar com apenas quatro vitórias.

Com 22 pontos em 23 jogos, o Corinthians ocupa a 16a posição na classificação da Série A do Campeonato Brasileiro. O Timão soma 10 empates na competição, que correspondem a 10 pontos. Se nesses mesmos dez jogos, o Corinthians tivesse vencido quatro jogos e perdido os outros seis jogos, ele estaria com 24 pontos, na 15a posição na classificação da competição.

A maior pontuação pela vitória   e o número de vitórias sendo o primeiro critério para definir a classificação final das competições,  o empate passou a ser um péssimo negócio.

Notas

  1. O planejamento do América para 2025 já começou. A direção da SAF agiu de forma correta ao renovar os contratos do goleiro Renan Bragança e do volante Ferreira. Eles tiveram desempenho que justificam as suas renovações.
  2. Alguns integrantes da imprensa esportiva parecem desconhecer o que norteia um bom jornalismo. Antes de fazer uma acusação, o bom profissional deve apurar os fatos e ouvir os envolvidos. O pessoal da SAF do América não tem qualquer envolvimento no  empréstimo que envolve o nome do América,  de uma empresa de energia solar e de uma instituição financeira.
  3. Talvez por falta de conhecimento, Hermano Morais, Presidente do América, cobra da SAF coisas que não estão no contrato, como a construção de um muro no CT. O pessoal da SAF faz negócio e não favor. Se o contrato foi mal feito e os valores envolvidos estão abaixo da realidade do mercado, o problema passa pelo jurídico do clube e pelos membros do Conselho Deliberativo que não tiveram a capacidade de analisar o contrato assinado entre as partes.
  4. Ficar ou não com o técnico Marquinhos Santos para a próxima temporada. Esse é um dos dilemas do pessoal da SAF do América. Os números de Marquinhos Santos à frente do América são bons, mas o desempenho da equipe deixou a desejar em vários jogos, principalmente na Série D.
  5. O América foi condenado a pagar R$ 1,3 milhão ao meia Matheuzinho. O valor da ação é de R$ 2,47 milhões. O contrato do jogador previa o pagamento de R$ 300 mil, em quatro parcelas, como pagamento de luvas; R$ 120 mil de bonificação; salário de R$ 36 mil; e o pagamento de R$ 24 mil de direito de imagem. O América vai recorrer, mas será difícil reverter a decisão do juiz do TRT/RN.
  6. Em 2023, a CBF estabeleceu que os clubes devem contabilizar todos os ingressos com pelo menos o valor da meia-entrada. Isso vale para os ingressos dos sócios-torcedores. Caso o valor da meia-entrada seja de R$ 30, o ingresso do sócio terá que constar no borderô como sendo R$ 30. A decisão inflou as rendas e beneficiou as federações, que cobram percentuais sobre a renda bruta.
  7. O torcedor do Flamengo precisa entender que o time de Jorge Jesus acabou. O time de 2019, que jogou um futebol fantástico, não existe mais. Os poucos jogadores daquela época estão cinco anos mais velhos e o rendimento já não é o mesmo.
  8. Das quatro equipes que estariam classificadas para a Série A de 2025, três são paulistas (Santos, Novorizontino e Mirassol). Diante disso, poderemos ter sete representantes de SP na Série A de 2025, o que representa 35% do total das equipes da competição.
  9. Conforme balanço publicado, em 2023, o América SAF teve um prejuízo de R$ 9,7 milhões, ou seja, gastou muito mais do que arrecadou. O prejuízo já era esperado, mas o valor assusta. Parte do prejuízo foi causado por salários pagos a jogadores medíocres e fora da realidade do mercado da Série C.
  10. Como o número de vitórias é o primeiro critério para a classificação, é difícil de entender porque determinados treinadores têm “alergia” à vitória. Três pontos de uma vitória valem mais do que três empates, embora a pontuação seja a mesma.



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