Entre danças, desafios e tradições, uma comunidade escreve sua história nas cores e passos vibrantes das festas juninas.
O período de festejos juninos está chegando e com ele uma das tradições mais marcantes e encantadoras do Brasil, trazendo toda sua vivacidade e alegria: as quadrilhas juninas. Essas apresentações folclóricas, que misturam dança, música e teatro, têm suas raízes profundamente fincadas na cultura popular nordestina e hoje são celebradas em todo o país, encantando pessoas de todas as idades.
É isso o que faz a quadrilha Junina Jabuti, de Tangará-RN.
Criada há 11 anos, começou como brincadeira e se tornou uma representação de força e resiliência.
Sobre os paralelepípedos do município de Tangará, um grupo de vizinhos e amigos dançavam de forma improvisada durante o São João. Nessas ocasiões, a rua Aluísio Bezerra tornava-se uma verdadeira festança junina, com tudo que se tem direito: fogueira, quadrilha e muita comida típica.
A brincadeira, que se repetiria por anos, chegou ao fim. Só que não. Uma daquelas pessoas que se divertiam na Aluísio Bezerra, seu João Morais, resolveu dar o próximo passo: convidou amigos e vizinhos para fundarem a Junina Jabuti.
O nome da quadrilha faz referência à praça pública, na época recém-criada, em frente à residência de seu João. Ao longo dos anos, a Junina Jabuti cresceu e expandiu suas apresentações para outras cidades, agregando novos membros e conquistando o coração do público com sua energia contagiante.
Além de ser uma fonte de entretenimento, a quadrilha Junina Jabuti desempenha um papel fundamental na preservação da cultura nordestina em Tangará. O grupo busca manter vivas as tradições juninas em meio a um cenário de constantes mudanças. No entanto, o processo de preparação das apresentações não é isento de desafios. A falta de estrutura local, a dificuldade de obter apoio municipal e a busca por patrocínios são obstáculos enfrentados por eles.
Emerson Alves, diretor da Junina, relata os obstáculos que existem para manter a Jabuti viva. Ele diz que há “falta de estrutura local e de apoio municipal. Por sermos um grupo livre e sem fins lucrativos, nos mantemos com recursos próprios, que são poucos. Temos também a dificuldade de alcançar patrocínios e apoios dos comerciantes locais”.
“É bem gratificante fazer parte desse grupo e avivar na cidade essa cultura que aos poucos está se acabando. O que desejamos é manter viva essa tradição, principalmente em Tangará, onde nosso festival é muito conhecido”, diz Emerson.
Apesar dos desafios, a Junina já participou de diversos eventos importantes, incluindo festivais culturais em cidades circunvizinhas e o festival de quadrilhas de Tangará, que é considerado a raiz do grupo. Nas apresentações, a quadrilha preserva as principais tradições juninas, destacando-se pela dança folclórica, coreografias marcadas e um cenário de fantasias, euforia e encanto.
A cada passo, a quadrilha convida o público a mergulhar em histórias contadas, onde dança e teatro se tornam um só. Um espetáculo!
Fotos: Ana Paula