No domingo à noite, 3 de novembro, um protesto tomou conta do bairro de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal, após a morte de um motociclista em uma operação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN). Como forma de manifestação, moradores revoltados incendiaram dois ônibus do transporte público e bloqueando o acesso do Corpo de Bombeiros. Os militares envolvidos no incidente foram afastados e estão sob investigação.
De acordo com a Polícia Militar, o incidente começou na tarde de domingo, durante uma blitz no bairro para combater a criminalidade. Segundo a corporação, o jovem motociclista ultrapassou o bloqueio policial, e os agentes alegaram ter visto uma arma de fogo em sua posse, iniciando uma perseguição. Durante o acompanhamento tático, ocorreram disparos, e o motociclista acabou colidindo com um carro, caindo da moto e sendo socorrido ao hospital, onde faleceu. A PM informou que a arma foi apreendida e levada à delegacia, e que os policiais envolvidos já prestaram depoimento.
“Durante a ação, foi visualizada uma arma de fogo em posse do suspeito, o que deu início a um acompanhamento tático pela PM. Em determinado momento, houve disparos de arma de fogo. Seguindo o acompanhamento, o suspeito colidiu com um carro e caiu da moto, foi socorrido ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos”, disse a PM.
Com a notícia da morte do motociclista, moradores de Felipe Camarão se mobilizaram e, em um ato de protesto, atearam fogo em dois ônibus do sistema de transporte público que passavam pelo bairro. O Corpo de Bombeiros do RN foi acionado para controlar as chamas, mas encontrou forte resistência por parte dos manifestantes. Quando chegaram ao local, os bombeiros foram alvo de ataques, com pedras e capacetes lançados contra a viatura, o que causou danos ao veículo e colocou em risco a integridade física da equipe. Diante da situação, os bombeiros decidiram recuar temporariamente para preservar a segurança dos profissionais envolvidos.
A Secretaria de Segurança Pública disse que a situação foi controlada na região, que o caso foi isolado e não tem “relação com ações do crime organizado”. O policiamento na região foi reforçado, segundo a secretaria.
O Comando Geral da PM anunciou que determinou a instauração de um inquérito para apurar todo o caso e o afastamento dos policiais envolvidos até a conclusão da investigação.