Manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta quarta-feira (23), a rampa de acesso à Governadoria do Rio Grande do Norte, sede do Executivo estadual, em Natal. O grupo cobra uma reunião direta com a governadora Fátima Bezerra (PT) para tratar de demandas relacionadas à reforma agrária e à educação no campo.
A manifestação marca o terceiro dia consecutivo de mobilizações do movimento na região metropolitana da capital potiguar. Na segunda-feira (21), os integrantes do MST realizaram uma caminhada pela BR-406, em São Gonçalo do Amarante. Já na terça (22), avançaram até Natal, onde ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 500 manifestantes participaram da nova caminhada desta quarta-feira, que teve início na Avenida Senador Salgado Filho e seguiu até a BR-101, com destino final à Governadoria.
Segundo Márcio Mello, dirigente do MST no estado, as reivindicações do grupo estão organizadas em dois eixos principais: o da terra e o da educação.
“O eixo da terra trata do assentamento de 100 famílias da região do Baixo Açu. O eixo da educação envolve a construção de escola do campo e a implantação de um programa de formação aqui em Natal, que desde o início do governo não foi atendido”, explicou Mello.
Embora secretários estaduais tenham se comprometido a receber os representantes do movimento ainda pela manhã, os manifestantes afirmaram que só deixarão o local após garantirem um encontro com a governadora.
Governo responde
Em resposta ao protesto, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Alexandre de Oliveira Lima, reconheceu que parte das demandas já foi atendida, mas reforçou que outras ainda estão em análise.
“A pauta da reforma agrária é nacional, conduzida pelo Incra. O que eles estão trazendo é um conjunto de reivindicações que estamos vendo como resolver. É importante colocar que algumas já foram atendidas, mas outras precisam de tempo. Vamos reforçar a necessidade de manter o diálogo”, afirmou o secretário.
O movimento segue concentrado na sede do governo estadual, pressionando por avanços concretos nas políticas de reforma agrária e educação voltada para comunidades rurais. Até o momento, não houve confronto, e a manifestação ocorre de forma pacífica.
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