O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação de quatro indivíduos envolvidos em um esquema de lavagem de capitais originados do tráfico de drogas. A sentença, emitida pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas (UJUDOCrim), inclui penas que variam de cinco a 34 anos de prisão.
Alan Marcos Zico Fonseca da Silva, conhecido como Alan Bigodinho, foi condenado a 34 anos e 10 dias de reclusão, além do pagamento de 90 dias-multa, por lavagem de dinheiro em um caso que envolveu movimentações suspeitas superiores a R$ 5 milhões. Investigado como uma das lideranças do chamado Sindicato do Crime no estado, ele utilizava contas bancárias de familiares e de uma empresa para ocultar recursos ilícitos.
Com histórico criminal que inclui condenações por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e associação criminosa, Alan já integrou a lista de mais procurados do RN. Capturado em janeiro deste ano em um resort de luxo em Porto de Galinhas (PE), ele cumpria regime semiaberto quando se tornou foragido, em 2022.
Envolvimento familiar
Maria de Fátima Gomes Trajano, ex-companheira de Alan, recebeu pena de 10 anos de prisão em regime fechado por participar do esquema. Ela foi acusada de fracionar depósitos em espécie e movimentar valores em nome da filha menor de idade. Entre 2017 e 2021, sua conta pessoal e a da criança somaram mais de R$ 1 milhão em transações sem origem comprovada.
Francisca Francinete Lima da Fonseca, mãe de Alan, e Jessica Kaline Gomes Trajano, irmã de Maria de Fátima, foram sentenciadas a cinco anos de reclusão em regime semiaberto. As duas foram condenadas por movimentar valores incompatíveis com suas rendas declaradas, sem conseguir comprovar a procedência dos recursos.
A Justiça absolveu os réus da acusação de associação criminosa por falta de provas, mas determinou a perda dos bens apreendidos em favor da União, já que a origem lícita não foi demonstrada. O caso reforça a atuação do MPRN no combate a crimes financeiros ligados ao narcotráfico.
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