‘Morte violenta, causada pelo Estado’: família recebe certidão de óbito retificada de potiguar vítima da ditadura




por



Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Ícone de crédito Foto: Divulgação




‘Morte violenta, causada pelo Estado’: família recebe certidão de óbito retificada de potiguar vítima da ditadura





Ícone de crédito Foto: Divulgação


A família do potiguar Virgílio Gomes da Silva, conhecido como Jonas, recebeu nesta quarta-feira a certidão de óbito retificada que reconhece oficialmente sua morte como “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”. Considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar, Virgílio foi morto em 29 de setembro de 1969 aos 36 anos, após ser detido pela Operação Bandeirante em São Paulo.

O bancário Gregório Gomes da Silva, filho de Virgílio, que tinha apenas dois anos quando o pai desapareceu, descreveu o momento como “um misto de alívio e conquista”. Ele destacou a importância simbólica do documento para regularizar a situação de sua mãe, hoje com 94 anos e acamada, que não pôde participar da solenidade realizada no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP.

Natural de Sítio Novo no Rio Grande do Norte, Virgílio Gomes da Silva atuava como operário e líder sindical em São Paulo quando se tornou membro da Aliança Libertadora Nacional, organização da qual chegou a ser o segundo na hierarquia, abaixo apenas de Carlos Marighella. Testemunhos de presos políticos relatam que ele foi submetido a brutais sessões de tortura após sua prisão, vindo a falecer no dia seguinte à detenção. Seus restos mortais, enterrados no Cemitério Vila Formosa, jamais foram identificados.

A retificação foi recomendada pela Comissão Nacional da Verdade, que constatou o desaparecimento como resultado de ação perpetrada por agentes do Estado durante o regime militar. Além de Virgílio, outros três potiguares – Emmanuel Bezerra dos Santos, Hiram de Lima Pereira e Zoé Lucas de Brito Filho – também foram reconhecidos como vítimas do período.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *