Pela primeira vez na história do Brasil, mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão se alistar voluntariamente nas Forças Armadas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Defesa. A iniciativa, inédita no país, permitirá a participação de mulheres no Exército, na Marinha e na Aeronáutica, totalizando cerca de 1.465 vagas distribuídas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal.
Até então, o alistamento militar obrigatório era restrito a homens, que eram convocados ou se apresentavam de forma voluntária ao completar 18 anos. Com a mudança, as mulheres passam a ter a oportunidade de ingressar no serviço militar logo ao atingir a maioridade, ampliando a participação feminina nas Forças Armadas.
Distribuição de vagas
O Plano Geral de Convocação prevê as seguintes vagas:
- Marinha: 155 vagas
- Exército: 1.010 vagas
- Aeronáutica: 300 vagas
Como se alistar?
As mulheres interessadas poderão realizar o alistamento de duas formas:
Pela internet, por meio do sistema de alistamento militar online;
Presencialmente, em uma Junta de Serviço Militar localizada em um dos municípios contemplados pelo Plano Geral de Convocação.
O prazo para o alistamento vai de 1º de janeiro a 30 de junho de 2025.
Critérios para o alistamento
Para se alistar, as candidatas precisam atender aos seguintes critérios:
- Residir em um dos municípios contemplados pelo Plano Geral de Convocação;
- Completar 18 anos em 2025 (ou seja, ter nascido em 2007).
Além disso, será necessário apresentar os seguintes documentos:
- Certidão de nascimento ou prova de naturalização (para estrangeiras naturalizadas);
- Comprovante de residência atualizado;
- Documento oficial com foto, como identidade (RG) ou carteira de trabalho (CTPS).
Oportunidade de qualificação e transformação social
Segundo o subchefe de Mobilização da Defesa, contra-almirante André Gustavo Guimarães, a medida representa um marco histórico para a inclusão feminina nas Forças Armadas.
“Vai trazer às mulheres essa possibilidade de compor a força de trabalho, eu diria até de qualificar ainda mais a força de trabalho que ingressa voluntariamente às Forças. Elas vão poder entrar e conhecer as Forças, e participar de todo esse processo que implica em uma transformação social, uma transformação do caráter da cidadã”, destacou o contra-almirante.
A abertura para a participação feminina no alistamento militar é considerada um avanço na igualdade de gênero dentro das Forças Armadas. Embora as mulheres já pudessem ingressar por meio de concursos específicos para cargos de oficiais e praças, o alistamento aos 18 anos ainda era exclusivo para homens.