O Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Norte (CRF-RN) realizou, na manhã desta sexta-feira (19), uma fiscalização na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Potengi, na zona Norte de Natal, após a repercussão de um caso envolvendo uma jovem de 19 anos que sofreu uma parada cardíaca depois de receber um medicamento diferente do que havia sido prescrito. O episódio está sob investigação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De acordo com o presidente do CRF-RN, Joselito Rangel, a prescrição médica indicava a administração de Succinato de Hidrocortisona, na dose de 100 mg. No entanto, o medicamento que foi dispensado e administrado à paciente foi o Succinil Colin (cloridrato de suxametônio), também na dosagem de 100 mg. A informação foi confirmada ao Conselho pela responsável técnica da farmácia da própria unidade de saúde.
Segundo o CRF-RN, ainda não é possível apontar responsabilidades ou identificar em qual etapa do processo ocorreu o erro — se na dispensação, preparo ou administração do medicamento. Os dois fármacos possuem finalidades e efeitos distintos. O cloridrato de suxametônio é um bloqueador neuromuscular, utilizado em situações específicas e que exige controle rigoroso, enquanto o Succinato de Hidrocortisona é um corticoide, comumente indicado para inflamações e reações alérgicas. Informações preliminares indicam que a paciente procurou atendimento médico com sintomas gripais, o que reforça a gravidade da troca de medicação.
Após sofrer a parada cardíaca, a jovem foi estabilizada pela equipe médica e transferida para uma unidade hospitalar da rede privada, onde permanece internada em tratamento intensivo. Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde não informou o atual estado de saúde da paciente.
A fiscalização do CRF-RN foi realizada por um fiscal e por uma conselheira do órgão, que também preside a Comissão de Farmácia, com o objetivo de apurar as circunstâncias do ocorrido e verificar os procedimentos técnicos adotados pela UPA Potengi.
Em nota, o Conselho informou que seguirá acompanhando o caso e que, após a conclusão da fiscalização e da análise técnica, adotará as providências cabíveis, conforme previsto na legislação, reforçando o compromisso com a segurança do paciente, a qualidade da assistência e o exercício ético da profissão farmacêutica.





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