Madame Satã: um retrato atemporal da exclusão e do preconceito

Oi! tudo bem com você? Daqui, espero que sim! Esse seu degustador de filmes, séries e tudo mais que o audiovisual produz, vem mais uma vez refletir um pouco com você sobre um filme. Dessa vez com um tema atual e urgente: o que podemos, devemos e temos o direito de fazer com nossas vidas, nossos corpos, nossa sexualidade.

Em uma sociedade moldada numa moral religiosa e carregada de hipocrisia, como a nossa, essas que deveriam ser simples sentenças de um anunciado, acaba ganhando o debate público de interdições, mortes e todos os tipos possíveis de violências, nesse Brasil do século XXI. Apesar de alguns avanços e conquistas para pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, essas continuam sofrendo todo tipo de discriminação e preconceito. Somos um dos países do mundo onde mais se mata pessoas LGBTQIAPN+, bem como mulheres, negros e pobres, sem piedade. Essa situação é quase que uma política de estado, basta olharmos as manchetes dos grandes jornais que vemos como essas populações são tratadas pelo aparato de segurança do estado. Estar dentro de uma dessas categorias de seres humanos e viver em periferia torna a pessoa um alvo, e, na maioria das vezes, sentenciado a morte.

O filme que as próximas linhas vão tratar junta alguns desses mundos, o protagonista é pobre, negro e homossexual. Madame Satã é seu nome.

Em Madame Satã vemos o preconceito tomando suas formas contra uma personagem real do Rio de Janeiro que não aceitou ser tratado de forma menor do que merecia, que não aceitava os olhares atravessados dos hipócritas, rebelando-se com sua arte, com seu corpo, com sua forma de amar, para colocar seu nome na história das lutas por viver e ser quem é, do jeito que se quer ser.

Esse texto não aprofundará essas questões, pois não dará conta, nem por baixo, do grande debate que devemos fazer para superar, de uma vez por todas, os preconceitos. Minha intenção é fazer você assistir os filmes e as sérias que venho trabalhando aqui, e, inteligente com és, tire suas próprias conclusões.

O filme “Madame Satã”, dirigido por Karim Aïnouz, em 2002, narra um breve período da vida de João Francisco dos Santos, o travesti e capoeirista que se tornou um ícone da cultura popular carioca na década de 1930. Através de uma narrativa fragmentada e sensorial, o longa-metragem mergulha na atmosfera da Lapa boêmia, retratando com maestria a exclusão e o preconceito que permeavam a sociedade da época.

Embora ambientado em um passado distante, “Madame Satã” levanta questões que ainda hoje ressoam na sociedade brasileira. A marginalização das minorias sociais, a violência contra pessoas LGBTQIAPN+ e a invisibilidade da cultura afro-brasileira são temas que continuam a exigir reflexão e ação.

A exclusão e o preconceito na época do filme, o que denominamos de homofobia, era extremamente visível. A homossexualidade era considerada um crime no Brasil até 1986. As pessoas homossexuais sofriam constantes perseguições e viviam à margem da sociedade.

Da mesma forma, a segregação racial era uma realidade no Brasil da época que o filme relata. Negros e negras relegados a papeis subalternos e sofrem com a discriminação em todos os aspectos da vida, isso ocorre no período histórico que o filme relata e segue com algumas proporções nos dias atuais. Em pleno século XXI, o preconceito de cor, de sexualidade e a marginalização social devido a pobreza, continuam existindo.

O filme “Madame Satã” contribui para a reflexão sobre a história da exclusão e do preconceito no Brasil, celebrando a resistência e a força da comunidade LGBTQIAPN+. É um filme necessário e urgente, que nos convida a repensar nossas relações sociais e lutar por uma sociedade mais justa e inclusiva. Além da exclusão e do preconceito, o filme também aborda temas como: a busca por identidade, a força da comunidade, a beleza da arte e da cultura popular.

“Madame Satã” é um filme complexo e multifacetado que merece ser assistido, refletido e replicado.

Ah! É muito fácil de encontrar esse filme na net, é só pesquisar em seu buscador de preferência.



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Em uma sociedade moldada numa moral religiosa e carregada de hipocrisia, como a nossa, essas que deveriam ser simples sentenças de um anunciado, acaba ganhando o debate público de interdições, mortes e todos os tipos possíveis de violências, nesse Brasil do século XXI. Apesar de alguns avanços e conquistas para pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, essas continuam sofrendo todo tipo de discriminação e preconceito. Somos um dos países do mundo onde mais se mata pessoas LGBTQIAPN+, bem como mulheres, negros e pobres, sem piedade. Essa situação é quase que uma política de estado, basta olharmos as manchetes dos grandes jornais que vemos como essas populações são tratadas pelo aparato de segurança do estado. Estar dentro de uma dessas categorias de seres humanos e viver em periferia torna a pessoa um alvo, e, na maioria das vezes, sentenciado a morte.

O filme que as próximas linhas vão tratar junta alguns desses mundos, o protagonista é pobre, negro e homossexual. Madame Satã é seu nome.

Em Madame Satã vemos o preconceito tomando suas formas contra uma personagem real do Rio de Janeiro que não aceitou ser tratado de forma menor do que merecia, que não aceitava os olhares atravessados dos hipócritas, rebelando-se com sua arte, com seu corpo, com sua forma de amar, para colocar seu nome na história das lutas por viver e ser quem é, do jeito que se quer ser.

Esse texto não aprofundará essas questões, pois não dará conta, nem por baixo, do grande debate que devemos fazer para superar, de uma vez por todas, os preconceitos. Minha intenção é fazer você assistir os filmes e as sérias que venho trabalhando aqui, e, inteligente com és, tire suas próprias conclusões.

O filme “Madame Satã”, dirigido por Karim Aïnouz, em 2002, narra um breve período da vida de João Francisco dos Santos, o travesti e capoeirista que se tornou um ícone da cultura popular carioca na década de 1930. Através de uma narrativa fragmentada e sensorial, o longa-metragem mergulha na atmosfera da Lapa boêmia, retratando com maestria a exclusão e o preconceito que permeavam a sociedade da época.

Embora ambientado em um passado distante, “Madame Satã” levanta questões que ainda hoje ressoam na sociedade brasileira. A marginalização das minorias sociais, a violência contra pessoas LGBTQIAPN+ e a invisibilidade da cultura afro-brasileira são temas que continuam a exigir reflexão e ação.

A exclusão e o preconceito na época do filme, o que denominamos de homofobia, era extremamente visível. A homossexualidade era considerada um crime no Brasil até 1986. As pessoas homossexuais sofriam constantes perseguições e viviam à margem da sociedade.

Da mesma forma, a segregação racial era uma realidade no Brasil da época que o filme relata. Negros e negras relegados a papeis subalternos e sofrem com a discriminação em todos os aspectos da vida, isso ocorre no período histórico que o filme relata e segue com algumas proporções nos dias atuais. Em pleno século XXI, o preconceito de cor, de sexualidade e a marginalização social devido a pobreza, continuam existindo.

O filme “Madame Satã” contribui para a reflexão sobre a história da exclusão e do preconceito no Brasil, celebrando a resistência e a força da comunidade LGBTQIAPN+. É um filme necessário e urgente, que nos convida a repensar nossas relações sociais e lutar por uma sociedade mais justa e inclusiva. Além da exclusão e do preconceito, o filme também aborda temas como: a busca por identidade, a força da comunidade, a beleza da arte e da cultura popular.

“Madame Satã” é um filme complexo e multifacetado que merece ser assistido, refletido e replicado.

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