Durante o discurso de inauguração da Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas contundentes ao governo de Jair Bolsonaro e ressaltou as conquistas de sua gestão, especialmente no que diz respeito à realização de obras de infraestrutura essenciais para a população.

Em um tom firme, Lula destacou a importância da obra para o estado e agradeceu aos deputados e senadores do Rio Grande do Norte, que destinaram R$ 203 milhões em emendas para viabilizar a barragem. “Quando cheguei em 2023, o orçamento não tinha nem um centavo para essa obra. Se não tivéssemos colocado no PAC, não teríamos essa obra“, afirmou o presidente, evidenciando que o governo Bolsonaro havia alocado apenas R$ 87 milhões para o projeto.

Lula ressaltou que a construção da Barragem de Oiticica, assim como outras ações de sua gestão, foi fruto da colaboração política com diversos setores, incluindo governadores e parlamentares. “O que é importante não é quem fez, mas quem vai se beneficiar dela, que são mulheres, homens e crianças desta cidade“, afirmou, reforçando que o foco do governo deve ser sempre o bem-estar da população.

Em uma crítica direta ao governo de Jair Bolsonaro, Lula questionou a falta de investimentos em áreas essenciais durante a gestão anterior. “Quantas creches, escolas, universidades, estradas? Nada. Só sabiam mentir e destilar ódio“, disse, referindo-se à gestão do ex-presidente. Lula ainda comparou suas ações com as do governo anterior, mencionando a construção de 1,4 milhão de cisternas no Nordeste, um projeto que, segundo ele, beneficiou milhares de nordestinos que sofrem com a escassez de água potável.

Lula também fez uma crítica ao uso da religião no cenário político, acusando Bolsonaro de manipular a fé para fins eleitorais. “E mentindo ainda que era religioso, porque quando a gente é religioso de verdade, a gente não usa o nome de Deus em vão, a gente só usa quando é necessário usar o nome de Deus“, afirmou. O presidente destacou que a verdadeira religiosidade deve ser pautada pelo respeito, e não pela utilização do nome de Deus para justificar atitudes e ações políticas.

Em seu discurso, o presidente também defendeu a importância de um país unido e com maturidade política, destacando a necessidade de afastar o ódio e incentivar a educação. “Não podemos permitir que o ódio tome conta de nossos corações. O mundo não será mais justo com um presidente que incentiva a compra de armas, quando deveria incentivar a compra de livros“, concluiu Lula, reforçando seu compromisso com um governo que preza pela paz e pelo desenvolvimento social.