Lia Araújo é eleita presidenta do conselho comunitário de Ponta Negra



Foto: Reprodução Foto: Reprodução




A cientista social e ativista Lia Araújo foi eleita presidenta do Conselho Comunitário de Ponta Negra no último domingo (25), com 67% dos votos, representando a Chapa 2 – Ponta Negra Que a Gente Quer. Lia, que completa 26 anos nesta terça-feira, é nascida e criada na Vila de Ponta Negra e tem uma longa trajetória de ativismo, integrando o Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer e a Marcha Mundial das Mulheres.

Lia destacou a participação significativa das mulheres e da juventude nas eleições, que garantiram a vitória da Chapa 2, com 392 votos de um total de 580. “A Vila de Ponta Negra, com seus moradores nativos, fortaleceu muito essa construção. Posso garantir que foi quase maioria de mulheres as votantes, porque um lugar onde as mulheres conseguem construir fica melhor para todo mundo”, afirmou.

A nova presidenta também compartilhou que a perda trágica de seu irmão, assassinado ainda jovem, a motivou a buscar justiça e a se engajar em movimentos sociais. “Isso foi uma das coisas que mais me fez buscar justiça. Mas quando a gente não consegue armas para lutar contra um sistema opressor, racista, genocida, principalmente contra a juventude negra, a gente começa a se articular”, destacou, citando a escritora Conceição Evaristo: “Combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.”

Lia Araújo também mencionou a importância de ter o campo popular de esquerda nos conselhos comunitários, espaços que, segundo ela, têm sido dominados pela direita conservadora. “Mas isso não significa que as comunidades sejam nesse sentido. Pelo contrário! As comunidades querem viver bem”, afirmou.

Propostas da Chapa 2

A chapa vencedora apresentou 13 eixos de luta, incluindo a criação de um protocolo de consulta da comunidade sobre grandes empreendimentos que afetam Ponta Negra, como projetos de mobilidade e segurança. Lia também destacou a necessidade de enfrentar a falta de creches e de buscar a instalação de uma escola de ensino médio dentro da Vila de Ponta Negra para combater a evasão escolar.

Outra proposta importante é a criação de um centro de referência de cultura, que preserve a memória dos folguedos populares e fortaleça as tradições locais. “A gente precisa desses equipamentos sociais para que as nossas tradições não se percam”, disse Lia.

Além de sua nova função no conselho comunitário, Lia Araújo foi selecionada recentemente como Agente Territorial de Cultura de Natal pelo Ministério da Cultura, através do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC). Com o projeto “Cultura e Diversidade em Natal: Fortalecendo a Arte nas Comunidades”, ela busca promover a inclusão social e fortalecer a identidade cultural nas comunidades tradicionais e periféricas de Natal.

O projeto visa criar espaços de diálogo e participação comunitária, incentivando a mobilização social para abordar questões locais e desenvolver soluções coletivas. Durante os próximos dois anos, Lia será uma das 601 agentes que participarão de formações, articulações e mobilizações sob a coordenação do Ministério da Cultura.


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Lia destacou a participação significativa das mulheres e da juventude nas eleições, que garantiram a vitória da Chapa 2, com 392 votos de um total de 580. “A Vila de Ponta Negra, com seus moradores nativos, fortaleceu muito essa construção. Posso garantir que foi quase maioria de mulheres as votantes, porque um lugar onde as mulheres conseguem construir fica melhor para todo mundo”, afirmou.

A nova presidenta também compartilhou que a perda trágica de seu irmão, assassinado ainda jovem, a motivou a buscar justiça e a se engajar em movimentos sociais. “Isso foi uma das coisas que mais me fez buscar justiça. Mas quando a gente não consegue armas para lutar contra um sistema opressor, racista, genocida, principalmente contra a juventude negra, a gente começa a se articular”, destacou, citando a escritora Conceição Evaristo: “Combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.”

Lia Araújo também mencionou a importância de ter o campo popular de esquerda nos conselhos comunitários, espaços que, segundo ela, têm sido dominados pela direita conservadora. “Mas isso não significa que as comunidades sejam nesse sentido. Pelo contrário! As comunidades querem viver bem”, afirmou.

Propostas da Chapa 2

A chapa vencedora apresentou 13 eixos de luta, incluindo a criação de um protocolo de consulta da comunidade sobre grandes empreendimentos que afetam Ponta Negra, como projetos de mobilidade e segurança. Lia também destacou a necessidade de enfrentar a falta de creches e de buscar a instalação de uma escola de ensino médio dentro da Vila de Ponta Negra para combater a evasão escolar.

Outra proposta importante é a criação de um centro de referência de cultura, que preserve a memória dos folguedos populares e fortaleça as tradições locais. “A gente precisa desses equipamentos sociais para que as nossas tradições não se percam”, disse Lia.

Além de sua nova função no conselho comunitário, Lia Araújo foi selecionada recentemente como Agente Territorial de Cultura de Natal pelo Ministério da Cultura, através do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC). Com o projeto “Cultura e Diversidade em Natal: Fortalecendo a Arte nas Comunidades”, ela busca promover a inclusão social e fortalecer a identidade cultural nas comunidades tradicionais e periféricas de Natal.

O projeto visa criar espaços de diálogo e participação comunitária, incentivando a mobilização social para abordar questões locais e desenvolver soluções coletivas. Durante os próximos dois anos, Lia será uma das 601 agentes que participarão de formações, articulações e mobilizações sob a coordenação do Ministério da Cultura.




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