A autópsia realizada pelas autoridades da Indonésia confirmou que a turista brasileira Juliana Marins morreu em decorrência de hemorragia provocada por traumatismo de força contundente, que causou graves lesões internas e múltiplas fraturas. O laudo divulgado nesta sexta-feira (27) aponta que a morte ocorreu de forma quase imediata após os ferimentos mais graves, com estimativa de até 20 minutos após o trauma.
Juliana, de 33 anos, estava desaparecida desde o último sábado (21), quando fazia uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo localizado na ilha de Lombok. Ela caiu na cratera e teria sobrevivido por até três dias antes do corpo ser encontrado pelas equipes de resgate, segundo estimativas iniciais.
De acordo com o laudo, a região mais afetada foi a parte posterior do tronco, com lesões extensas na coluna e no dorso, que comprometeram especialmente os órgãos relacionados à respiração. Embora tenham sido identificados ferimentos na cabeça, os impactos mais severos se concentraram na parte traseira do corpo. A perícia também indicou múltiplas fraturas e danos a órgãos vitais no tórax e abdome.
Os peritos indonésios descartaram a hipótese de hipotermia como causa da morte, com base na ausência de sinais típicos de lesões teciduais nas extremidades, como nos dedos. As marcas encontradas no corpo, conhecidas localmente como “luka lecet geser”, são compatíveis com escoriações por abrasão e deslizamento, reforçando a tese de que Juliana sofreu uma queda acidental.
O exame ainda aponta que o óbito ocorreu entre 12 e 24 horas antes da realização da autópsia. No entanto, os especialistas alertam que esse intervalo pode ser afetado por fatores como a conservação do corpo em freezer.
Embora os resultados finais do laudo dependam da análise toxicológica — que deve levar até duas semanas — a causa principal da morte já foi estabelecida pela equipe legista: hemorragia massiva causada por múltiplos traumas.
Translado será custeado pelo governo brasileiro
Na noite de quinta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal irá custear o translado do corpo de Juliana Marins ao Brasil. Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que um decreto seria editado para permitir a assistência completa à família da brasileira.
“O governo federal prestará todo apoio necessário à família de Juliana Marins, inclusive o translado ao Brasil. Vou editar novo decreto para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas do translado para que seus familiares e amigos possam se despedir dela com todo carinho e amor merecidos”, declarou o presidente.
O pai de Juliana, Manoel Marins, ainda está em Lombok aguardando o atestado de óbito para iniciar os trâmites de repatriação do corpo. A família mantém uma campanha de mobilização nas redes sociais desde o desaparecimento da jovem, que ganhou repercussão nacional.
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