A maioria dos oito réus acusados de integrar o núcleo crucial da trama golpista indica que não comparecerá presencialmente ao Supremo Tribunal Federal para acompanhar o julgamento que decidirá sua absolvição ou condenação. Não há obrigação legal de presença, e os acusados serão representados por seus advogados, podendo assistir às sessões por meio de transmissão televisiva.
A situação do ex-presidente Jair Bolsonaro permanece indefinida. Ele se encontra em prisão domiciliar após descumprir restrições determinadas pelo Supremo, incluindo a proibição de uso de redes sociais. Qualquer deslocamento seu até o tribunal depende de autorização prévia do ministro Alexandre de Moraes. Seus advogados teriam recomendado a não comparecimento, enquanto assessores políticos consideram que a presença poderia ser interpretada como demonstração de força.
Entre os demais acusados, o general Braga Netto – atualmente preso no Rio de Janeiro por alegada obstrução das investigações – acompanhará o julgamento remotamente. A mesma decisão foi tomada pelo tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada; pelo ex-comandante da Marinha Almir Garnier; pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno. Suas defesas recomendaram evitar exposição pública.
Em contrapartida, espera-se que o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira acompanhe pelo menos parte das sessões de forma presencial. Quanto ao deputado federal Alexandre Ramagem, ainda não há informação definitiva sobre seu modo de acompanhamento.
O julgamento está marcado para iniciar nesta terça-feira (2), com previsão de oito sessões distribuídas em cinco dias de trabalhos. A Procuradoria-Geral da República sustenta que os réus formaram organização criminosa com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Todos os acusados rejeitam as acusações e pedem absolvição por insuficiência de provas.
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