Em pronunciamento nas redes sociais, o ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates trouxe uma análise detalhada sobre as novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Suas declarações, que já ultrapassam 25 mil visualizações, destacam os riscos imediatos para setores estratégicos da economia nacional.
“O governo dos EUA anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Uma medida com potencial impacto bilionário nas exportações do Brasil”, afirmou Prates em seu primeiro tweet da série. O ex-presidente da Petrobras foi enfático ao descrever a amplitude do problema: “Produtos mais afetados: soja e carnes, minério de ferro e cobre, petróleo bruto, papel, celulose, autopeças, aeronaves e manufaturados. Esses itens somam grande parte dos US$ 42 bilhões exportados aos EUA em 2024.”
Sobre a reação do mercado americano, Prates apresentou uma análise técnica: “A demanda por produtos importados nos EUA é pouco elástica: se encarece, ainda assim continuam comprando, até certo ponto. Mas commodities como soja e carnes são mais facilmente substituíveis.” O alerta sobre a concorrência internacional foi um dos pontos mais contundentes de sua análise: “Países que podem substituir o Brasil: Argentina, Ucrânia e Canadá em soja e milho; Austrália, Argentina e Canadá em carnes; Austrália e África do Sul em minérios; Canadá, México e Arábia Saudita em petróleo; e Chile e o próprio mercado interno dos EUA em papel e celulose.”
As declarações de Prates ganham relevância diante do timing da medida americana, que ocorre em um momento de fragilidade da balança comercial brasileira. Seu histórico como gestor da maior empresa brasileira e conhecedor dos mercados de commodities acrescenta peso técnico às análises, que têm sido amplamente compartilhadas por especialistas do setor.
“O Brasil pode mirar setores digitais e de propriedade intelectual dos EUA: streaming (Netflix, Spotify etc), licenças de software e patentes, serviços financeiros, Big techs e farmacêuticas”
O tom de urgência nas declarações reflete a preocupação com o que Prates chama de “tempestade perfeita” para as exportações nacionais – a combinação de barreiras comerciais com a capacidade de países concorrentes em ocupar espaços no mercado americano. Sua análise termina com um alerta silencioso: a necessidade de ação imediata do governo e setor privado para mitigar danos que podem se estender por anos.
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