Já passa de 60 o número de acidentes no binário da Jaguarari e São José; moradores da região criticam a mudança



Ícone de crédito Avenida Jaguarari. Arte: STTU




Já passa de 60 o número de acidentes no binário da Jaguarari e São José; moradores da região criticam a mudança





Ícone de crédito Avenida Jaguarari. Arte: STTU


Desde a implantação do binário das avenidas São José e Jaguarari, em agosto, o que deveria melhorar o trânsito da zona Sul de Natal se transformou em motivo de preocupação. Moradores e trabalhadores da região relatam aumento no fluxo de veículos, falhas na sinalização e sensação de insegurança. Segundo dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), 14 acidentes foram registrados nas duas vias desde o início das mudanças — um número que acende o alerta para a eficiência da medida.

De acordo com a STTU, apenas em 2025, os trechos das avenidas somaram 60 sinistros, o que representa 2,87% do total de acidentes no município. A estudante Letícia Sales, que costuma trafegar pela Jaguarari, afirma que a intervenção não trouxe melhorias. “A sinalização não é boa e não vejo diferença entre antes do binário e depois. Continua ruim”, relata.

Para José Camilo, entregador, a imprudência e o aumento no número de motocicletas agravam os riscos. “A maioria dos acidentes que vejo é com moto. Já evito pegar essa rota”, diz.

O cruzamento entre a Rua Dr. Pedro Amorim e a Desembargador Régulo Tinôco, continuação da São José, tornou-se um dos pontos mais perigosos. A moradora Tereza Penha, há quase 30 anos na região, afirma que a situação piorou após a obra. “Os carros passam em alta velocidade. Um quebra-molas ou um detector ajudaria muito.”

A vizinha Cláudia Machado organiza um abaixo-assinado para cobrar providências da Prefeitura. Segundo ela, o trânsito ficou caótico. “A Régulo Tinôco é estreita e virou via de três mãos. As motos sobem na calçada. Aumentaram os acidentes, o barulho e até a sujeira nas casas.”

A STTU afirmou que o cruzamento da Pedro Amorim com a Régulo Tinôco não integra diretamente o binário, mas confirmou que estuda intervenções para reduzir os riscos. O projeto, segundo o órgão, foi criado para reorganizar o tráfego e diminuir o tempo médio de deslocamento, beneficiando cerca de 25 mil veículos por dia.

Para os moradores, contudo, a promessa de fluidez se transformou em rotina de engarrafamentos, colisões e medo.


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