O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou nesta terça-feira (24) o fim da guerra com Israel, encerrando 12 dias de intensos confrontos que levaram a região ao limiar de um conflito mais amplo. Em pronunciamento transmitido pela televisão estatal, Pezeshkian afirmou que o Irã obteve uma “grande vitória” e acusou Israel de ter “imposto esta guerra por aventurismo”.
O anúncio ocorre após um frágil cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pelo Catar, que entrou em vigor na madrugada desta terça-feira (1h no horário de Brasília). No entanto, relatos de novos ataques em Teerã e declarações inflamadas de ambos os lados deixaram dúvidas sobre a solidez do acordo nas primeiras horas.
O presidente americano, Donald Trump, que desempenhou papel central nas negociações, expressou frustração com as violações iniciais do cessar-fogo. “Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar”, disse Trump antes de embarcar para uma cúpula da Otan em Haia. Em publicação em sua rede social, Truth Social, ele advertiu: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação.”
Do lado iraniano, o Comando Militar Conjunto advertiu que Israel e os EUA deveriam “aprender com os golpes esmagadores” sofridos durante os ataques do Irã, incluindo os mísseis lançados contra a base americana de Al-Udeid, no Catar, em resposta ao bombardeio de instalações nucleares iranianas por Washington no sábado (21).
Israel afirma que campanha contra o Irã “não acabou”
Enquanto o Irã celebra o fim das hostilidades, Israel adotou um tom mais cauteloso. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, afirmou que o país encerrou um “capítulo significativo” no confronto com o Irã, mas ressaltou que “a campanha contra o Irã ainda não acabou”.
Zamir declarou que as forças israelenses agora redirecionarão seus esforços para a Faixa de Gaza, onde a guerra contra o Hamas continua desde outubro de 2023. “Nosso foco agora é resgatar os reféns em Gaza e desmantelar o regime do Hamas”, disse.
O cessar-fogo foi negociado em conversas envolvendo Trump, o premiê israelense Benjamin Netanyahu e mediadores do Catar. Fontes americanas revelaram que o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff participaram ativamente das tratativas.
O Irã condicionou sua adesão à trégua à ausência de novos ataques israelenses. Enquanto isso, o país reabriu parcialmente seu espaço aéreo, após 12 dias de fechamento total, permitindo voos internacionais sob autorização especial.
Apesar das declarações de vitória de Teerã e da confirmação do cessar-fogo, analistas alertam que a situação permanece volátil. Qualquer incidente pode reacender os confrontos, especialmente diante das ameaças iranianas de retaliar caso Israel viole o acordo.
Enquanto isso, a atenção internacional se volta para Gaza, onde a crise humanitária se agrava, e para as possíveis repercussões geopolíticas deste breve, mas intenso, conflito entre Israel e Irã.
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