O governo do Irã emitiu neste sábado (14/6) um duro alerta aos Estados Unidos, Reino Unido e França, qualquer tentativa de interferência nos ataques iranianos contra Israel será considerada ato de guerra e poderá resultar em retaliações diretas. O aviso foi divulgado pela agência de notícias estatal Mehr e amplia a tensão no já explosivo cenário do Oriente Médio.
“Qualquer país que participe da repulsão dos ataques do Irã contra Israel estará sujeito a ataques das forças iranianas”, informou o comunicado.
A nota ressalta que eventuais ofensivas contra países que apoiem Israel poderão atingir bases militares, navios e embarcações navais localizadas em áreas estratégicas como o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho. A advertência ocorre em meio à crescente troca de ataques entre Teerã e Tel Aviv, iniciada na última quinta-feira (12).
Em resposta ao ataque iraniano, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que “Teerã vai queimar” caso o regime do aiatolá Ali Khamenei continue promovendo ofensivas.
“O ditador iraniano está tomando os cidadãos iranianos como reféns, criando uma realidade na qual eles, e especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos danos flagrantes infligidos aos cidadãos israelenses”, disse Katz.
A fala do ministro reforça a possibilidade de o conflito se concentrar agora entre Israel e Irã diretamente, colocando a guerra com o Hamas, na Faixa de Gaza, em segundo plano.
Mortes de civis e cientistas nucleares
Segundo a televisão estatal iraniana Irib, ao menos 60 pessoas, entre elas 20 crianças, morreram após um bombardeio israelense atingir um prédio residencial em Teerã. A tragédia elevou ainda mais o tom das críticas contra Tel Aviv no mundo muçulmano.
Um dia antes, o embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir Iravani, já havia relatado 78 mortos e 320 feridos após uma série de ataques israelenses a diversas regiões do país.
Do lado israelense, os números oficiais indicam três mortos e 80 feridos. Segundo as Forças de Defesa de Israel, as vítimas foram atingidas por mísseis iranianos antes de conseguirem chegar a abrigos.
Em um movimento que aumenta o peso estratégico da ofensiva, Israel confirmou que “eliminou” nove cientistas nucleares iranianos envolvidos no programa de armamentos do país. Segundo Tel Aviv, os profissionais tinham décadas de experiência e atuavam diretamente no desenvolvimento de armas atômicas, o que é negado por Teerã, que alega fins pacíficos para seu programa nuclear.
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