A indefinição do vice-governador Walter Alves (MDB) sobre assumir o Governo do Rio Grande do Norte caso a governadora Fátima Bezerra (PT) se afaste do cargo para disputar as eleições de 2026 começa a gerar efeitos diretos nas articulações políticas para o próximo pleito. Entre os impactos mais imediatos está a postura do deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB), que vinha avaliando uma possível mudança para o MDB, mas agora admite reavaliar o movimento diante da incerteza sobre o futuro do vice-governador.
Segundo Ubaldo, as negociações com o MDB estavam avançadas, principalmente no que se refere à composição da nominata para a Assembleia Legislativa. No entanto, ele condicionava a mudança ao fato de Walter Alves assumir o Executivo estadual. “Vínhamos conversando sobre essa nominata com a condição de que o vice-governador assumisse o governo. Agora, diante da possibilidade dele concorrer a deputado estadual, o quadro muda e é preciso nova análise”, afirmou.
O deputado também ressaltou que a definição sobre o futuro de Walter é crucial não apenas para os arranjos partidários, mas também para a estabilidade administrativa do Estado. Na avaliação de Ubaldo, o ideal seria que o vice-governador assumisse a gestão em caso de desincompatibilização de Fátima Bezerra. “Seria o melhor para todos, inclusive para a população, para evitar instabilidade com a busca de um novo chefe do Executivo, considerando que outros na linha de sucessão não demonstram interesse em assumir”, destacou.
A possibilidade de Walter disputar a Assembleia Legislativa, em vez de assumir o governo, também altera diretamente os planos eleitorais de Ubaldo. “É outro contexto que precisa ser analisado, porque precisamos integrar uma nominata que ofereça melhores condições de reeleição, e tudo está muito incerto no momento”, pontuou. Outro deputado, Dr. Bernardo (PSDB), também estuda mudança para o MDB, mas não foi possível contato até o momento.
Enquanto aliados aguardam uma definição, Walter Alves mantém discurso de cautela. Retornando de Brasília nesta quinta-feira (18), após reuniões políticas com o presidente nacional do PT e outras lideranças, o vice-governador reforçou que a decisão sobre seu futuro será coletiva. “Estamos conversando com nosso partido, o MDB, e vamos ouvir prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e deputados antes de tomar qualquer decisão”, afirmou.
Questionado sobre disputar um cargo eletivo, Walter reiterou que tudo será decidido em diálogo com o partido. Até o fechamento desta matéria, ele não havia respondido diretamente sobre a possibilidade de assumir o governo estadual. Enquanto isso, a indefinição segue travando articulações partidárias e gerando expectativa sobre quem comandará o Estado caso Fátima Bezerra deixe o cargo para concorrer em 2026.






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