O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lavrou, em maio, 25 autos de infração por desmatamento da Mata Atlântica no Rio Grande do Norte, como parte da Operação Mata Viva. As autuações totalizam quase R$ 2 milhões em multas e revelam a gravidade da degradação ambiental que atinge um dos biomas mais ameaçados do país.
Coordenada pelo analista ambiental Frederico Fonseca, a operação tem como objetivo principal responsabilizar os infratores e buscar a reparação dos danos ambientais. “Estamos atuando firmemente para proteger os remanescentes de Mata Atlântica no estado, um bioma fundamental para a biodiversidade, para o equilíbrio climático e para a qualidade de vida das populações locais”, afirmou Fonseca.
Além das multas, a fiscalização resultou em mais de 30 embargos acautelatórios que impediram a continuidade de atividades degradadoras em áreas que somam mais de 1.600 hectares devastados nos últimos cinco anos. Também foram emitidas 15 notificações e um termo de suspensão de atividades.
Segundo o Ibama, a situação da Mata Atlântica no RN é crítica. Dados do INPE/SOS Mata Atlântica de 2023 apontam que, dos cerca de 6.400 km² de cobertura original – o equivalente a 13% do território potiguar –, restam apenas 2,5%. O cenário coloca o estado entre os mais críticos do país em termos de conservação do bioma.
O instituto também alerta para novos vetores de degradação ambiental, como a expansão desordenada do setor turístico, a especulação imobiliária e o crescimento urbano acelerado, que se somam às pressões históricas da agropecuária sobre o bioma.
A Operação Mata Viva, que ainda está em andamento, busca coibir essas práticas ilegais e proteger o que resta da floresta.
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