O hospital municipal de Santa Cruz, na região Agreste do Rio Grande do Norte, utilizou uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio em um bebê de apenas três meses internado com suspeita de bronquiolite. O caso foi confirmado pelo município.
O Caso
Em nota assinada pela direção técnica, a unidade de saúde informou que o paciente, de 3 meses e 20 dias, deu entrada no último sábado (8) com um quadro de desconforto respiratório grave, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia. O hospital esclareceu que o bebê foi medicado e a equipe solicitou vaga de internamento em uma unidade com UTI pediátrica. Enquanto a transferência não ocorria, foi necessário improvisar com a embalagem de bolo.
O paciente estava “clinicamente grave, mantendo quadro de desconforto respiratório e taquidispineia”, conforme a nota do hospital. A médica plantonista usou a embalagem de bolo para montar um leito semi-intensivo e atender à necessidade da criança enquanto aguardava regulação para leito de UTI.
Transferência e Atendimento
No fim da manhã desta terça-feira (11), o município informou que a criança estava em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em transferência para o hospital Varela Santiago, em Natal.
O médico Francisco Júnior, do Samu, que atuou na transferência do paciente, comentou sobre o improviso: “São alguns improvisos que a gente precisa fazer. Realmente ajudou bastante o rapazinho a voltar a respirar bem, a ter uma boa penetração de oxigênio no pulmão. Foi fundamental para ajudar na recuperação dele”.
Contexto e Repercussão
O município esclareceu que o hospital não é referência em urgência materno-infantil. A utilização da embalagem de bolo como máscara de oxigênio ilustra a carência de recursos adequados e a necessidade de improvisação em situações emergenciais para salvar vidas.
A situação chamou a atenção para a precariedade de alguns hospitais no atendimento a casos graves e a importância de uma infraestrutura adequada para urgências pediátricas. A resposta rápida da equipe médica, mesmo com recursos limitados, foi crucial para estabilizar o quadro do bebê até a transferência para uma unidade com melhores condições de atendimento.
Este caso destaca a dedicação dos profissionais de saúde que, mesmo diante de desafios e limitações, fazem o possível para oferecer o melhor cuidado aos pacientes. A espera agora é por melhorias estruturais e maior suporte para que tais improvisos não sejam mais necessários no futuro.