Um homem de 24 anos foi executado a tiros dentro de um carro na noite desta quarta-feira (25), na BR-304, em Mossoró, no Oeste do Rio Grande do Norte. O crime ocorreu por volta das 23h17, nas proximidades do bairro Aeroporto II, no km 40 da rodovia federal.

A vítima foi identificada como Jânio Gleidson Carneiro Sousa, que havia sido preso pela Polícia Federal em 2024, suspeito de auxiliar na fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, os dois detentos que protagonizaram a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal, em fevereiro do ano passado, na unidade de Mossoró.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jânio foi encontrado já sem vida dentro de um veículo modelo VW Parati, de cor vermelha, com marcas de disparos de arma de fogo. O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) informou que ele foi atingido por pelo menos dois tiros na região da cabeça.

A equipe de perícia também levantou a hipótese de que os tiros tenham sido disparados de dentro do próprio carro, o que reforça a suspeita de uma execução premeditada. A Polícia Civil, que esteve no local junto com a PRF e o Itep, vai investigar se o autor, ou autores, do crime estavam no veículo no momento da execução.

O corpo foi recolhido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames detalhados. O caso ficará sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Mossoró.

Envolvimento com fuga histórica

Jânio Gleidson passou a ser investigado pela Polícia Federal em 2024, quando foi apontado como uma das pessoas que teriam dado apoio logístico aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. Segundo as investigações, ele teria ido ao Ceará buscar um carro e o deixado com outra pessoa em Baraúna (RN), para facilitar a fuga de Deibson e Rogério.

Após 50 dias de buscas, os dois foragidos foram recapturados no estado do Pará. Segundo a polícia, eles contaram com o suporte de uma facção criminosa para deixar o Rio Grande do Norte e planejavam sair do país.

O delegado Christiano Othon, responsável pelas investigações, afirmou que o histórico da vítima será considerado como uma das possíveis motivações para o crime.

“Ele teria participado da fuga, dando auxílio aos indivíduos que escaparam da Penitenciária, e chegou a ter uma prisão decretada na época. É uma das linhas de investigação relacionadas e será apurada”, declarou o delegado.

A Polícia Civil ainda não divulgou informações sobre suspeitos ou testemunhas, e as investigações seguem em andamento.