Haddad anuncia operação para “secar recursos” e “estrangular” crime organizado com bloqueio de bilhões do PCC

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Ícone de crédito Foto: Marcelo Camargo/EBC

O governo federal intensificou nesta quinta-feira (28) as ações de combate ao crime organizado com operações que resultaram no bloqueio de mais de cem imóveis, veículos e outros bens, envolvendo valores bilionários e fraudes estruturadas em oito estados. As iniciativas visam desarticular esquemas complexos de lavagem de dinheiro e mecanismos financeiros utilizados por organizações criminosas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou que a estratégia do governo consiste em direcionar equipes especializadas para identificar fraudes sofisticadas com o objetivo de “secar a fonte dos recursos” que alimentam as facções. “Se você prende uma pessoa, mas o dinheiro fica à disposição do crime, essa pessoa é substituída por outra. Estamos falando de operações que bloquearam mais de 100 imóveis, veículos e patrimônios que podem chegar aos bilhões. Assim você efetivamente estrangula o crime”, afirmou o ministro.

As operações, deflagradas a partir de quarta-feira (27), envolvem três grandes frentes de investigação. A primeira, denominada Operação Carbono Oculto, é conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e investiga fraudes bilionárias no setor de combustíveis com participação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema atingia mais de mil postos, onde consumidores eram lesados com a venda de volume inferior ou produtos adulterados, resultando em uma sonegação fiscal estimada em 7,6 bilhões de reais. A força-tarefa mobilizou aproximadamente 1.400 agentes e cumpriu mandados em mais de 350 alvos.

A Operação Quasar, conduzida pela Polícia Federal, tem como alvo esquemas de lavagem de dinheiro operados por meio de fundos de investimento e empresas com múltiplas camadas societárias, o que dificulta significativamente a identificação dos beneficiários finais. De acordo com a PF, a ação atingiu o centro financeiro de São Paulo, na Avenida Faria Lima, buscando desarticular operações financeiras sofisticadas ligadas a grupos criminosos. Entre as estratégias identificadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos sem qualquer finalidade econômica real.

A terceira frente, batizada de Operação Tank, concentra-se em uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já investigadas no Paraná. Desde 2019, o grupo movimentou pelo menos 23 bilhões de reais por meio de centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Haddad afirmou que as operações desta semana representam o “caminho das pedras” para novas investigações e reforçou que a inteligência estatal voltada para fraudes estruturadas é fundamental para impedir o financiamento continuado das atividades criminosas.




Haddad anuncia operação para “secar recursos” e “estrangular” crime organizado com bloqueio de bilhões do PCC


Ícone de crédito Foto: Marcelo Camargo/EBC

O governo federal intensificou nesta quinta-feira (28) as ações de combate ao crime organizado com operações que resultaram no bloqueio de mais de cem imóveis, veículos e outros bens, envolvendo valores bilionários e fraudes estruturadas em oito estados. As iniciativas visam desarticular esquemas complexos de lavagem de dinheiro e mecanismos financeiros utilizados por organizações criminosas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou que a estratégia do governo consiste em direcionar equipes especializadas para identificar fraudes sofisticadas com o objetivo de “secar a fonte dos recursos” que alimentam as facções. “Se você prende uma pessoa, mas o dinheiro fica à disposição do crime, essa pessoa é substituída por outra. Estamos falando de operações que bloquearam mais de 100 imóveis, veículos e patrimônios que podem chegar aos bilhões. Assim você efetivamente estrangula o crime”, afirmou o ministro.

As operações, deflagradas a partir de quarta-feira (27), envolvem três grandes frentes de investigação. A primeira, denominada Operação Carbono Oculto, é conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e investiga fraudes bilionárias no setor de combustíveis com participação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema atingia mais de mil postos, onde consumidores eram lesados com a venda de volume inferior ou produtos adulterados, resultando em uma sonegação fiscal estimada em 7,6 bilhões de reais. A força-tarefa mobilizou aproximadamente 1.400 agentes e cumpriu mandados em mais de 350 alvos.

A Operação Quasar, conduzida pela Polícia Federal, tem como alvo esquemas de lavagem de dinheiro operados por meio de fundos de investimento e empresas com múltiplas camadas societárias, o que dificulta significativamente a identificação dos beneficiários finais. De acordo com a PF, a ação atingiu o centro financeiro de São Paulo, na Avenida Faria Lima, buscando desarticular operações financeiras sofisticadas ligadas a grupos criminosos. Entre as estratégias identificadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos sem qualquer finalidade econômica real.

A terceira frente, batizada de Operação Tank, concentra-se em uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já investigadas no Paraná. Desde 2019, o grupo movimentou pelo menos 23 bilhões de reais por meio de centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Haddad afirmou que as operações desta semana representam o “caminho das pedras” para novas investigações e reforçou que a inteligência estatal voltada para fraudes estruturadas é fundamental para impedir o financiamento continuado das atividades criminosas.

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