Os motoristas de ônibus de Natal decidiram suspender a greve que começaria nesta segunda-feira (3). A decisão aconteceu ontem, após uma nova rodada de negociação com empresários na superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na capital potiguar.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro–RN), a paralisação está suspensa pelo menos até quinta-feira (6), quando acontecerá uma nova reunião com os representantes dos empresários (Seturn).
Na reunião desta segunda-feira, motoristas e empresários não chegaram a um consenso. Diante do impasse, o superintendente do MTE-RN, Cláudio Gabriel, apresentou uma proposta, que será avaliada pelas duas partes. Na quinta-feira, a nova reunião dará um desfecho ao caso.
A contraproposta do MTE é de um aumento real (acima da inflação) de 1% para a categoria. A categoria vinha cobrando 5%. Já os empresários vinham propondo repor apenas parte da perda inflacionária.
O assessor do Sintro-RN Carlos Silvestre diz que a categoria vê a proposta do MTE com “bons olhos” e que agora caberá ao Seturn definir se concorda.
“Se tiver acordo, o movimento grevista vai acabar na quinta-feira. Caso na quinta-feira os empresários não concordem com a proposta de mediação, na sexta-feira iniciará a nossa greve por tempo indeterminado. Estamos tentando negociar até o limite”, afirmou Silvestre.
Entenda a greve
Os rodoviários do sistema de transporte público de Natal aprovaram um indicativo de greve na última terça-feira (28). Quando a paralisação é deflagrada, as entidades sindicais ou trabalhadores são obrigados a comunicar com antecedência mínima de 72 horas, conforme a lei de greve, como aconteceu nesta sexta (31).
Os trabalhadores rodoviários reivindicam aumento salarial acima da inflação de no mínimo 5%, garantia de R$600 de vale alimentação, plano de saúde pago integralmente pelas empresas e renovação da carteira de habilitação dos motoristas também paga integralmente pelas empresas, além da manutenção de todas as cláusulas que já estão na convenção coletiva.
Já o anúncio da greve surgiu após rodadas de negociação sem avanço com as empresas de transporte público que operam na capital. De acordo com o Sintro-RN, a proposta dos empresários, apresentada na última quarta-feira (29), não atende às reivindicações dos trabalhadores. Ainda de acordo com a categoria, no encontro da quarta (29), as empresas apresentaram proposta de reajuste salarial de 3% – abaixo da inflação -, dividido em 1,5% no mês de maio e a outra parcela em novembro. Além disso, foi proposto o reajuste de 3% para o vale alimentação dos trabalhadores.
No último dia (23), representantes do Seturn pediram à Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) um reajuste no valor da passagem de ônibus, justificando que estavam operando com um déficit de R$ 0,45 em cada passagem e que o problema seria agravado pelo aumento de salário dos motoristas de ônibus, que ainda está em fase de negociação.
Acontece que, em 2023, a Prefeitura do Natal concedeu aumento de 14,47% na tarifa de ônibus, que passou de R$ 3,90 para R$ 4,50.
No último dia (24), os motoristas e empresários de ônibus não conseguiram entrar em um acordo durante a reunião de negociação para debater o reajuste de salário da categoria. De acordo com Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn), os motoristas de ônibus pedem reajuste de 8,3% na remuneração atual, aumento de 50% no vale-transporte, de 20% no plano de saúde, além de benefício para custeio da renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).