Durante a COP Nordeste e a 3ª ICID, em Fortaleza, os governadores da região Nordeste divulgaram o resultado de uma chamada pública para projetos de neoindustrialização, que recebeu 246 propostas, totalizando R$ 127,8 bilhões em investimentos. O valor supera em quase treze vezes a previsão inicial de R$ 10 bilhões. O anúncio contou com a participação de representantes do BNDES, do Banco do Nordeste e da Sudene.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, afirmou que a união da região demonstra preparo para liderar um futuro verde e socialmente justo. Os projetos abrangem cinco eixos prioritários: transição energética, com 54 propostas no valor de R$ 15,3 bilhões; bioeconomia, com 44 projetos somando R$ 5,4 bilhões; hidrogênio verde, que recebeu 32 propostas no total de R$ 54,3 bilhões; data centers verdes, com 35 projetos e R$ 16,9 bilhões; e o setor automotivo e de máquinas agrícolas, que agregou 40 propuntas no valor de R$ 25,2 bilhões. Além disso, outras 41 iniciativas, que envolvem mais de um tema, somam R$ 10,4 bilhões.

Rafael Fonteles, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, declarou que a região responde com fatos aos que duvidaram de sua capacidade, posicionando-se como a maior fronteira de investimentos do Brasil. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, classificou o resultado como extraordinário e reafirmou o compromisso de transformar as ideias em oportunidades concretas. Paulo Câmara, do Banco do Nordeste, e Francisco Alexandre, da Sudene, destacaram a confiança dos investidores e o potencial produtivo da região. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anfitrião do evento, ressaltou que características climáticas antes adversas, como sol e vento fortes, agora impulsionam a transformação econômica nordestina.

As propostas seguirão para análise técnica até o dia 28 de novembro. A chamada é uma iniciativa conjunta do Consórcio Nordeste com instituições como BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Finep e Sudene. No mesmo evento, foram firmados três acordos internacionais: uma Declaração Conjunta com a UNCCD para cooperação de cinco anos no semiárido; a Carta-Compromisso da Transformação Ecológica, que servirá de base para o Plano Nordeste a ser apresentado na COP30; e uma parceria com a Global Renewables Alliance, alinhada à meta global de triplicar a capacidade de energia renovável até 2030.