A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS anunciaram nesta quarta-feira (7) dois acordos estratégicos para produção nacional de liraglutida e semaglutida, princípios ativos dos medicamentos conhecidos como “canetas emagrecedoras”. Os contratos preveem transferência completa de tecnologia – desde a síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) até a formulação final – para a unidade Farmanguinhos da Fiocruz.
Inicialmente, a produção ocorrerá na fábrica da EMS em Hortolândia (SP), com posterior migração para o Complexo Tecnológico de Medicamentos da Fiocruz no Rio de Janeiro. As instituições destacaram que a parceria representa um marco para a indústria farmacêutica nacional, permitindo o desenvolvimento de terapias inovadoras para diabetes e obesidade.
Contexto regulatório
A iniciativa surge em meio ao aumento do controle sobre esses medicamentos. Desde junho, farmácias são obrigadas a reter receitas de agonistas GLP-1 (classe que inclui semaglutida e liraglutida), medida aprovada pela Anvisa para coibir o uso indiscriminado. Sociedades médicas apoiam a medida, alertando para riscos da automedicação.
Paralelamente, a Conitec avalia a incorporação da semaglutida no SUS, após consulta pública encerrada em 30 de junho. Em parecer preliminar, a comissão sinalizou contra a inclusão devido aos custos elevados – estimados em até R$ 7 bilhões em cinco anos.
A Fiocruz ressaltou que a parceria fortalece o Complexo Industrial da Saúde e prepara a instituição para produção de medicamentos injetáveis, ampliando sua capacidade tecnológica.
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