O ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Gilson Machado Neto, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13/6), em Recife (PE). A prisão foi confirmada por fontes da própria corporação e faz parte de uma investigação que apura a tentativa de facilitar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos principais réus no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A prisão ocorreu menos de 24 horas após Machado acompanhar Bolsonaro em compromissos públicos em Natal. Na quinta-feira (12/6), o ex-ministro participou da comitiva do ex-presidente, que esteve no estado para atos políticos. À noite, ele retornou de carro para o Recife, onde foi capturado pelos agentes da PF.
Gilson Machado, que foi candidato derrotado à prefeitura de Recife nas eleições de 2022 e é apontado como um dos nomes mais próximos de Bolsonaro no Nordeste, está sob suspeita de ter atuado diretamente junto ao Consulado de Portugal no Recife para acelerar a emissão do passaporte europeu em favor de Mauro Cid. A suposta movimentação ocorreu em maio deste ano, conforme apuração da PF enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR).
“A Polícia Federal encaminhou a Informação de Polícia Judiciária, apresentando informações sobre a possível atuação do Sr. Gilson Machado Guimarães Neto junto ao Consulado de Portugal, em Recife/PE, em 12.5.2025, com o propósito de obter a expedição de um passaporte português em favor de Mauro Cesar Barbosa Cid, para viabilizar sua saída do território nacional”, diz a manifestação da PGR.
Segundo as autoridades, o objetivo da articulação seria permitir a fuga de Mauro Cid para fora do Brasil. O tenente-coronel tem direito à cidadania portuguesa por ser neto de cidadão nascido em Portugal e, conforme divulgado anteriormente, deu entrada no processo de nacionalidade em janeiro de 2023, já fora do governo Bolsonaro.
A PF vê a tentativa de emissão acelerada do passaporte como uma possível forma de burlar investigações e permitir a saída de Cid do país, mesmo após seu acordo de delação premiada, firmado após outras prisões. Tanto Gilson Machado quanto Mauro Cid vinham negando qualquer envolvimento ou articulação irregular para facilitar o processo.
Além de Gilson, a Justiça autorizou um novo pedido de prisão contra Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens, figura central nos bastidores do ex-presidente e já preso anteriormente, voltou a ser alvo dos investigadores por possíveis novas violações aos termos de seu acordo de delação.
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