Em um encontro decisivo na Casa Branca nesta segunda-feira (18), o presidente americano Donald Trump reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a Ucrânia, mesmo enquanto busca negociar um fim para o conflito com a Rússia. “Nunca é o fim do caminho”, declarou Trump ao ser questionado sobre o futuro do apoio americano, durante coletiva após receber o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e sete líderes europeus.
O encontro marcou um momento crucial nas negociações, ocorrendo apenas três dias após a reunião entre Trump e Vladimir Putin no Alasca – conversa que não produziu acordos concretos, mas abriu espaço para novas discussões. Trump revelou planos de conversar por telefone com o líder russo após o término das discussões com os aliados ocidentais, com o objetivo de organizar uma possível reunião trilateral entre EUA, Ucrânia e Rússia “o mais rápido possível”.
Enquanto Zelensky e os líderes europeus presentes – incluindo Emmanuel Macron da França e Keir Starmer do Reino Unido – pressionam por garantias de segurança similares às do Artigo 5 da Otan, Trump expressou cauteloso otimismo sobre a possibilidade de avanços. O presidente americano mencionou “grandes progressos” nas conversas com Putin, embora as partes mantenham posições divergentes sobre questões críticas.
A questão territorial permanece como principal obstáculo, com a Rússia insistindo no reconhecimento de suas anexações na Crimeia e em partes do Donbas, enquanto Zelensky continua afirmando a intransigência ucraniana sobre sua soberania territorial. No entanto, em declarações recentes, o líder ucraniano admitiu a possibilidade de negociar sobre áreas atualmente sob controle russo.
O cenário diplomático se complica pela insistência russa em condições específicas para qualquer acordo de paz, incluindo a garantia de que a Ucrânia não se juntará à Otan. Enquanto isso, os combates continuam no terreno, com forças russas mantendo controle sobre aproximadamente 20% do território ucraniano. O conflito, que já dura mais de três anos, resultou em estimativas de mais de 1,2 milhão de baixas, segundo dados americanos, embora nenhum dos lados divulgue números oficiais completos.
A reunião na Casa Branca representou também um esforço dos aliados ocidentais para reafirmar seu apoio à Ucrânia após o encontro bilateral entre Trump e Putin. Analistas políticos destacam a importância deste momento de transição nas negociações, que poderá definir se o conflito caminha para uma solução diplomática ou para uma prolongada guerra de posições. Enquanto Trump busca apresentar-se como mediador, a comunidade internacional observa atentamente para ver se as partes conseguirão superar as profundas divergências que até agora impediram qualquer avanço significativo rumo à paz.
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