O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte, confessou à polícia que a arma usada no crime pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais. O crime ocorreu na manhã desta segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, após uma discussão envolvendo um caminhão de lixo.

O crime

Testemunhas relataram que Renê, que dirigia um carro elétrico BYD, exigiu que o caminhão de coleta liberasse passagem e, ao se irritar, ameaçou a motorista: “Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. Você duvida?”. Quando os garis intervieram, Laudemir foi baleado e morreu a caminho do hospital.

Investigação contra a delegada

A delegada Ana Paula não estava no local, mas está sob investigação da Corregedoria da Polícia Civil por possível “omissão de cautela” – ou seja, se deixou a arma acessível ao marido. Duas armas foram apreendidas no apartamento do casal em Nova Lima: uma de uso profissional e outra calibre .380, suspeita de ter sido usada no crime.

Renê nega ter atirado, mas o boletim de ocorrência registra sua declaração de que “a arma é de sua mulher”. Se comprovada negligência no armazenamento, a delegada poderá responder a processo disciplinar.

Repercussão

Laudemir trabalhava para uma empresa terceirizada de limpeza urbana, e a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que está prestando assistência à família. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios (DHPP).

A defesa de Renê não se manifestou até o fechamento desta reportagem.