Em olho fechado não entra conhecimento

Olá, queridos leitores! Como vão? Comecei a escrever para retomar nossa conversa, do texto anterior, e instantaneamente me veio uma imagem. Uma cena que aparece, mais de uma vez, no filme Avatar, em que mostra o olho de alguém, bem de perto, se abrindo. Uma clara analogia sobre despertar para o novo. Um abrir de…

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Excelente texto!!!!

Excelente texto, uma ótima reflexão para cada um ler e parar para pensar

Tudo que foi dito nesse texto, eu vivencie em várias etapas da minha vida.

Texto muito bem escrito e com uma temática super interessante! Parabéns

Factível! Boa leitura!

Muito interessante!👏👏👏👏


Olá, queridos leitores! Como vão?

Comecei a escrever para retomar nossa conversa, do texto anterior, e instantaneamente me veio uma imagem. Uma cena que aparece, mais de uma vez, no filme Avatar, em que mostra o olho de alguém, bem de perto, se abrindo. Uma clara analogia sobre despertar para o novo. Um abrir de olhos ativo e decidido, que instiga a curiosidade dos espectadores para saber o que de tão empolgante aquele olho viu.

É com esse olhar que despertamos para a jornada do autoconhecimento. Jornada, sim, porque não é um simples caminho, é bastante trabalhoso. Mas, como eu já disse antes, o saldo é positivo. É recompensador demais.

Esse olhar marcante, quem vai entender bem é quem tem memórias da infância, ou acompanha alguém nessa fase, e sabe o quanto é encantador quando os olhos de uma criança brilham toda vez que ela descobre algo novo. Sejam suas mãos e pés, as pessoas que lhe rodeiam, o azedo de uma fruta, a aspereza do chão do quintal.

Com os olhos mais curiosos que podem existir, ela vai descobrindo o mundo a sua volta e demonstra, com caretas ou falas sem freios e na maior tranquilidade, tudo aquilo que quer e que não quer. Tudo que gosta e que não gosta. Hoje em dia se permite e se estimula, com mais ênfase, a fase de descobertas e experimentações de uma criança. Na minha época não era assim.

Deixando de lado quaisquer críticas e juízos de valor, analisando apenas os fatos como ocorreram, muitos de nós começaram a ser “educados” para não falar tudo que pensávamos, a não fazer careta quando contrariados, a comer o que não gostávamos, a ser simpáticos com quem não tínhamos a menor afinidade.

Na adolescência, fazíamos esse controle comportamental com nós mesmos, claro que fortemente influenciados pelos grupos sociais aos quais queríamos pertencer. Escondíamos as caraterísticas mais próximas da nossa essência por medo de parecer estranhos, diferentes, por querermos nos encaixar nesse ou naquele grupinho.

Quando chegamos à vida adulta, recém inseridos num universo de trabalho e responsabilidades (quem teve a sorte de só precisar entrar nesse mundo quando já adulto), limitamos ainda mais certos padrões de comportamento por medo de não encontrarmos emprego, por medo de sermos rejeitados pelos outros profissionais do mercado.

Eu sei que hoje crianças, adolescentes e até jovens adultos não sofrem mais tantas limitações à sua personalidade como antes. Ao contrário, são incentivados a celebrar suas essências, quanto mais jovem a geração, mais vemos essa liberdade. Ótimo!

Porém, nesse texto, eu falo com as gerações que não foram incentivadas a dar vazão aos seus desejos diferentes, às suas viagens na maionese, às suas falas totalmente divergentes da maioria dos seus pares. Para essas pessoas, abrir os olhos como um Avatar descobrindo um novo mundo é mais difícil de conseguir, simplesmente porque nunca lhes fora ensinado a fazê-lo. É um brinquedo que não nos ensinaram a jogar.

Podemos aprender sozinhos? Claro que sim! Muitos de nós por aí são prova viva disso. Eu, inclusive. Lembro-me que na adolescência, minhas amigas falavam sobre seus gostos e desejos. Um, dentre tantos deles, era de ir a uma rave. Hoje eu entendo que a animação delas ao falar sobre isso me deixou animada e desejosa de um dia, quem sabe, ir também.

Corta para anos depois, eu já perto dos 30, finalmente fui a uma festa dessa. Detestei! A festa não foi ruim ou mal organizada. Longe disso! Era uma mega estrutura, DJ animadíssimo, som de qualidade. Eu não gostei do ambiente. Não estou aqui criticando, de forma alguma. Apenas não me senti confortável, só isso.

É verdade que tem coisas que precisamos conhecer para saber se gostamos. Isso é fato. Mas também, antes de conhecer, não podemos tomar para nós os gostos alheios, por mais empolgadamente apresentados que sejam, e aceitá-los sem nos questionar se aquela é nossa praia, ou não.

Se explorássemos o mundo mais como crianças e menos como adolescentes e adultos podados, se mantivéssemos esse olhar curioso sobre nós mesmos, sobre tudo ao nosso redor, mesmo quando passamos a acumular desejo de pertencimento e responsabilidades, tiraríamos de letra essa tarefa de nos conhecer.

Privilegiados os que cresceram questionando-se e experimentando-se frente ao mundo. Para nós, que começamos a olhar para nossos gostos, sonhos e desejos apenas depois de crescidos, entender quem somos e para onde queremos ir pode demorar mais, sim.

Mas, não desanimem! Mesmo tendo mais trabalho, nós também conseguiremos chegar nesse despertar, nesse abrir de olhos tão empolgante e curioso digno de super close, como nos filmes. Nós podemos, sim, passar a nos ver, com esse mesmo olhar, e igualzinho em Avatar, dizermos para nós mesmos “Eu vejo você” e entender que essa fala significa que vemos nossa essência a amamos bem do jeitinho que ela é. Afinal, autoconhecimento e autoamor estão altamente conectados. Mas isso é assunto para outra conversa.

Sigo daqui me vendo, cada dia mais, e torcendo para que você se veja também.

Até o próximo texto!





O Potengi

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Olá, queridos leitores! Como vão?

Comecei a escrever para retomar nossa conversa, do texto anterior, e instantaneamente me veio uma imagem. Uma cena que aparece, mais de uma vez, no filme Avatar, em que mostra o olho de alguém, bem de perto, se abrindo. Uma clara analogia sobre despertar para o novo. Um abrir de olhos ativo e decidido, que instiga a curiosidade dos espectadores para saber o que de tão empolgante aquele olho viu.

É com esse olhar que despertamos para a jornada do autoconhecimento. Jornada, sim, porque não é um simples caminho, é bastante trabalhoso. Mas, como eu já disse antes, o saldo é positivo. É recompensador demais.

Esse olhar marcante, quem vai entender bem é quem tem memórias da infância, ou acompanha alguém nessa fase, e sabe o quanto é encantador quando os olhos de uma criança brilham toda vez que ela descobre algo novo. Sejam suas mãos e pés, as pessoas que lhe rodeiam, o azedo de uma fruta, a aspereza do chão do quintal.

Com os olhos mais curiosos que podem existir, ela vai descobrindo o mundo a sua volta e demonstra, com caretas ou falas sem freios e na maior tranquilidade, tudo aquilo que quer e que não quer. Tudo que gosta e que não gosta. Hoje em dia se permite e se estimula, com mais ênfase, a fase de descobertas e experimentações de uma criança. Na minha época não era assim.

Deixando de lado quaisquer críticas e juízos de valor, analisando apenas os fatos como ocorreram, muitos de nós começaram a ser “educados” para não falar tudo que pensávamos, a não fazer careta quando contrariados, a comer o que não gostávamos, a ser simpáticos com quem não tínhamos a menor afinidade.

Na adolescência, fazíamos esse controle comportamental com nós mesmos, claro que fortemente influenciados pelos grupos sociais aos quais queríamos pertencer. Escondíamos as caraterísticas mais próximas da nossa essência por medo de parecer estranhos, diferentes, por querermos nos encaixar nesse ou naquele grupinho.

Quando chegamos à vida adulta, recém inseridos num universo de trabalho e responsabilidades (quem teve a sorte de só precisar entrar nesse mundo quando já adulto), limitamos ainda mais certos padrões de comportamento por medo de não encontrarmos emprego, por medo de sermos rejeitados pelos outros profissionais do mercado.

Eu sei que hoje crianças, adolescentes e até jovens adultos não sofrem mais tantas limitações à sua personalidade como antes. Ao contrário, são incentivados a celebrar suas essências, quanto mais jovem a geração, mais vemos essa liberdade. Ótimo!

Porém, nesse texto, eu falo com as gerações que não foram incentivadas a dar vazão aos seus desejos diferentes, às suas viagens na maionese, às suas falas totalmente divergentes da maioria dos seus pares. Para essas pessoas, abrir os olhos como um Avatar descobrindo um novo mundo é mais difícil de conseguir, simplesmente porque nunca lhes fora ensinado a fazê-lo. É um brinquedo que não nos ensinaram a jogar.

Podemos aprender sozinhos? Claro que sim! Muitos de nós por aí são prova viva disso. Eu, inclusive. Lembro-me que na adolescência, minhas amigas falavam sobre seus gostos e desejos. Um, dentre tantos deles, era de ir a uma rave. Hoje eu entendo que a animação delas ao falar sobre isso me deixou animada e desejosa de um dia, quem sabe, ir também.

Corta para anos depois, eu já perto dos 30, finalmente fui a uma festa dessa. Detestei! A festa não foi ruim ou mal organizada. Longe disso! Era uma mega estrutura, DJ animadíssimo, som de qualidade. Eu não gostei do ambiente. Não estou aqui criticando, de forma alguma. Apenas não me senti confortável, só isso.

É verdade que tem coisas que precisamos conhecer para saber se gostamos. Isso é fato. Mas também, antes de conhecer, não podemos tomar para nós os gostos alheios, por mais empolgadamente apresentados que sejam, e aceitá-los sem nos questionar se aquela é nossa praia, ou não.

Se explorássemos o mundo mais como crianças e menos como adolescentes e adultos podados, se mantivéssemos esse olhar curioso sobre nós mesmos, sobre tudo ao nosso redor, mesmo quando passamos a acumular desejo de pertencimento e responsabilidades, tiraríamos de letra essa tarefa de nos conhecer.

Privilegiados os que cresceram questionando-se e experimentando-se frente ao mundo. Para nós, que começamos a olhar para nossos gostos, sonhos e desejos apenas depois de crescidos, entender quem somos e para onde queremos ir pode demorar mais, sim.

Mas, não desanimem! Mesmo tendo mais trabalho, nós também conseguiremos chegar nesse despertar, nesse abrir de olhos tão empolgante e curioso digno de super close, como nos filmes. Nós podemos, sim, passar a nos ver, com esse mesmo olhar, e igualzinho em Avatar, dizermos para nós mesmos “Eu vejo você” e entender que essa fala significa que vemos nossa essência a amamos bem do jeitinho que ela é. Afinal, autoconhecimento e autoamor estão altamente conectados. Mas isso é assunto para outra conversa.

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Até o próximo texto!



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Texto muito bem escrito e com uma temática super interessante! Parabéns

Factível! Boa leitura!

Muito interessante!👏👏👏👏