Elói de Souza: pastora diz que candidato perdeu devido a ritual com sacrifício de animais



Fotos divulgadas em 2016, onde o povo de AXÉ foi culpabilizado - Foto: Cedida Fotos divulgadas em 2016, onde o povo de AXÉ foi culpabilizado – Foto: Cedida




A disputa eleitoral entre Kerginaldo Júnior, o “Juninho”, e Ozael Teodósio, o “Baía”, deixou um rastro de tensões e desavenças no município de Elói de Souza. Em meio a essa polarização, uma pastora local e um grupo de apoiadores gerou polêmica ao afirmar, em grupos de WhatsApp, que a derrota de Ozael foi resultado de um suposto ritual de magia negra praticado por adeptos das religiões afro-brasileiras.

Em áudio que circula entre os moradores, a pastora insinuou que “povos de terreiro” realizaram sacrifícios com sete cabeças de bode para prejudicar o candidato. A declaração, considerada infundada e ofensiva, reacendeu a intolerância religiosa na região, despertando a indignação dos grupos que praticam religiões de matriz africana.

“Os despachos deles foi coisa feia viu, disse que é cabeça de bode, despacho de um monte de coisa e o nome do partido e de todo mundo que era do interesse dele de que não ganhasse”, diz o áudio.

Outra apoiadora também chega a comentarem um grupo de WhatsApp: “isso é normal dos macumbeiros, fazer essas coisas”

Discriminação e medo entre os povos de terreiro

Representantes da Casa dos Segredos das Águas de Oxum, Ilê Axé Ero Omim Aziri Tolá, manifestaram sua indignação e preocupação. “É lamentável ver que, em pleno século XXI, ainda temos que enfrentar esse tipo de discurso. Já passamos por momentos de violência, como o atentado em 2016, e isso só traz mais insegurança para nós”, declarou Alexandre Medeiros.

Em 2016, um dos terreiros sofreu um ataque, quando cinco tiros foram disparados contra as portas do Ilê Axé. Na época, um boletim de ocorrência chegou a ser feito, mas não amenizou as ofensas e comentários preconceituosos pelas ruas.

A situação em Senador Elói de Souza ilustra um problema mais amplo no Brasil, onde a intolerância religiosa ainda é uma realidade. O medo de represálias e a luta por reconhecimento e respeito às tradições de matriz africana continuam a ser um desafio diário para esses grupos. Além do atentado e do preconceito vivenciado diariamente, o receio de novos episódios de violência é crescente, principalmente após as acusações que circulam pela cidade envolvendo a derrota de um dos candidatos. Os praticantes de fé africana não sentem-se seguros e

Os representantes da Casa dos Segredos das Águas de Oxum estão buscando apoio legal para enfrentar as acusações e proteger a liberdade religiosa na região. “Somos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, são entidades negras que estão aqui em Senador Elói de Souza”, afirma Alexandre e conclui, “precisamos garantir que todos possam professar sua fé sem medo de ataques e calúnias. A justiça deve prevalecer”.


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Os povos de terreiro CLAMAM por JUSTIÇA!!!













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A disputa eleitoral entre Kerginaldo Júnior, o “Juninho”, e Ozael Teodósio, o “Baía”, deixou um rastro de tensões e desavenças no município de Elói de Souza. Em meio a essa polarização, uma pastora local e um grupo de apoiadores gerou polêmica ao afirmar, em grupos de WhatsApp, que a derrota de Ozael foi resultado de um suposto ritual de magia negra praticado por adeptos das religiões afro-brasileiras.

Em áudio que circula entre os moradores, a pastora insinuou que “povos de terreiro” realizaram sacrifícios com sete cabeças de bode para prejudicar o candidato. A declaração, considerada infundada e ofensiva, reacendeu a intolerância religiosa na região, despertando a indignação dos grupos que praticam religiões de matriz africana.

“Os despachos deles foi coisa feia viu, disse que é cabeça de bode, despacho de um monte de coisa e o nome do partido e de todo mundo que era do interesse dele de que não ganhasse”, diz o áudio.

Outra apoiadora também chega a comentarem um grupo de WhatsApp: “isso é normal dos macumbeiros, fazer essas coisas”

Discriminação e medo entre os povos de terreiro

Representantes da Casa dos Segredos das Águas de Oxum, Ilê Axé Ero Omim Aziri Tolá, manifestaram sua indignação e preocupação. “É lamentável ver que, em pleno século XXI, ainda temos que enfrentar esse tipo de discurso. Já passamos por momentos de violência, como o atentado em 2016, e isso só traz mais insegurança para nós”, declarou Alexandre Medeiros.

Em 2016, um dos terreiros sofreu um ataque, quando cinco tiros foram disparados contra as portas do Ilê Axé. Na época, um boletim de ocorrência chegou a ser feito, mas não amenizou as ofensas e comentários preconceituosos pelas ruas.

A situação em Senador Elói de Souza ilustra um problema mais amplo no Brasil, onde a intolerância religiosa ainda é uma realidade. O medo de represálias e a luta por reconhecimento e respeito às tradições de matriz africana continuam a ser um desafio diário para esses grupos. Além do atentado e do preconceito vivenciado diariamente, o receio de novos episódios de violência é crescente, principalmente após as acusações que circulam pela cidade envolvendo a derrota de um dos candidatos. Os praticantes de fé africana não sentem-se seguros e

Os representantes da Casa dos Segredos das Águas de Oxum estão buscando apoio legal para enfrentar as acusações e proteger a liberdade religiosa na região. “Somos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, são entidades negras que estão aqui em Senador Elói de Souza”, afirma Alexandre e conclui, “precisamos garantir que todos possam professar sua fé sem medo de ataques e calúnias. A justiça deve prevalecer”.




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