O dólar encerrou a terça-feira (9) em alta no mercado financeiro, impulsionado inicialmente pela declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou ser “irreversível” sua candidatura à Presidência da República em 2026. A fala agitou os investidores pela manhã, mas o avanço perdeu força ao longo da tarde, à medida que o Congresso acelerou discussões sobre o projeto que altera as penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
A moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,35%, cotada a R$ 5,4411. Apesar da oscilação, o dólar ainda acumula queda de 11,94% no ano.
Manhã de tensão após declaração de Flávio
Poucas horas antes da abertura do mercado, Flávio Bolsonaro reiterou sua candidatura após visitar o pai, Jair Bolsonaro, que cumpre pena por tentativa de golpe de Estado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. O senador também agradeceu o apoio público feito pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto com maior simpatia pelo mercado financeiro.
A reação foi imediata. O dólar atingiu o pico de R$ 5,4965, uma alta de 1,37%. Para investidores, Flávio é considerado um candidato menos competitivo e menos previsível que Tarcísio em uma disputa direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumentando o nível de incerteza. Com isso, a pressão compradora sobre a moeda se intensificou durante a manhã.
Discussões sobre penas do 8 de janeiro reduzem volatilidade
A partir do início da tarde, no entanto, o movimento se inverteu. A tensão diminuiu após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar que ainda nesta terça-feira seria votado o projeto que muda a dosimetria das penas aplicadas aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Como a proposta pode, em tese, reduzir significativamente a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, analistas do mercado passaram a considerar que a aprovação aumentaria a possibilidade de Flávio recuar e abrir espaço para a candidatura de Tarcísio — algo visto como positivo pelos agentes financeiros.
Com isso, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,4215 às 13h31, leve queda de 0,01%. Apesar de voltar a subir perto do fim do pregão, a moeda não retomou as máximas registradas no início da manhã.
Cenário externo e expectativa por decisões monetárias
Além do ambiente político, investidores monitoraram a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano. A decisão sobre a Selic será divulgada nesta quarta-feira e a expectativa majoritária é pela manutenção da taxa em 15%, embora o comunicado possa trazer sinais importantes para janeiro.
No exterior, o mercado operou de forma moderada, à espera da decisão do Federal Reserve sobre os juros nos Estados Unidos. Às 17h05, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a seis outras divisas fortes, registrava alta de 0,14%, aos 99,211 pontos.






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