Em meio à crescente mobilização popular nas redes sociais a favor da taxação dos milionários, a deputada federal Carla Dickson (União-RN) se posicionou contra o aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os super-ricos. A parlamentar, que ocupa uma cadeira na Câmara como suplente do prefeito de Natal, Paulinho Freire (União), declarou em plenário que a medida “poderia respingar nos pobres”, mas não apresentou argumentos técnicos para sustentar a afirmação.
O posicionamento da deputada repercutiu negativamente nas redes, onde cresce uma campanha de apoio à taxação das grandes fortunas. Perfis engajados na causa popularizaram hashtags como #CongressodaMamata e #InimigosDoPovo, além de criar o personagem fictício “Hugo Nem Se Importa” — uma sátira ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A iniciativa, desenvolvida com uso de inteligência artificial, virou símbolo da crítica à postura de parlamentares que barraram medidas consideradas benéficas à população.
Carla Dickson segue a orientação do União Brasil, partido alinhado à base bolsonarista e que tem adotado posição contrária à taxação dos super-ricos. Eleita vereadora em 2016, a médica chegou à Câmara dos Deputados em 2020 como suplente de Fábio Faria, quando este assumiu o Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro. Em 2022, tentou renovar o mandato, mas teve 43.191 votos — insuficientes para garantir a reeleição, com uma perda de mais de 17 mil votos em relação à eleição anterior.
A mobilização digital em torno do tema vem se consolidando como uma das mais expressivas desde o início do governo Lula (PT). Segundo levantamento do Instituto Quaest, mais de 2,2 milhões de menções favoráveis à taxação dos milionários foram registradas entre os dias 17 e 30 de junho. A forte reação virtual teria feito a Câmara dos Deputados recuar diante da pressão popular.
O embate nas redes sociais ganhou força após três episódios legislativos consecutivos que desagradaram amplamente a opinião pública: a derrubada de vetos presidenciais que poderiam elevar a conta de luz em 3,5%; a rejeição ao decreto de Lula que aumentava o IOF sobre grandes fortunas; e a aprovação do aumento do número de deputados federais, de 513 para 531, a partir de 2027.
Enquanto o Congresso tenta contornar a crescente rejeição pública, o debate sobre justiça fiscal e responsabilidade social permanece acirrado — com políticos como Carla Dickson no centro da controvérsia.
*Com informações da Agência Saiba Mais
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