Cuba enfrenta o furacão Melissa sem mortes e desafia silêncio da imprensa internacional



Ícone de crédito Cuba evacuou mais de 700 mil pessoas de áreas de risco. Foto: Yamil Lage




Cuba enfrenta o furacão Melissa sem mortes e desafia silêncio da imprensa internacional





Ícone de crédito Cuba evacuou mais de 700 mil pessoas de áreas de risco. Foto: Yamil Lage


O furacão Melissa deixou um rastro de destruição em parte do Caribe, com 64 mortes registradas em países como Haiti, Jamaica e República Dominicana. Mas um dado destoante chama a atenção — embora quase não tenha sido destacado pelos grandes veículos internacionais: em Cuba, também duramente atingida, não houve vítimas fatais.

Segundo o jornalista José Manzaneda, coordenador do portal Cubainformación, o país caribenho conseguiu atravessar a catástrofe com perdas apenas materiais, graças ao que ele define como um dos sistemas de Defesa Civil mais eficientes do mundo. O modelo cubano, reconhecido por agências da ONU, baseia-se em três pilares: prevenção, mobilização comunitária e treinamento constante.

Antes da chegada do furacão, o governo de Havana havia evacuado preventivamente cerca de 740 mil pessoas de áreas de risco e resgatado outras 3 mil durante o evento climático. O sistema de comunicação também foi ativado com antecedência: rádios, escolas, centros de trabalho e universidades transmitiram informações atualizadas hora a hora sobre as medidas de segurança.

A eficácia da resposta cubana contrasta com o cenário em outros países do Caribe, que registraram dezenas de mortes, e até mesmo com o desempenho de potências como os Estados Unidos. Nos últimos anos, ciclones como Helene (2024), Ian (2022) e María (2017) causaram centenas ou até milhares de vítimas no território norte-americano, apesar de sua infraestrutura avançada.

Para Manzaneda, o silêncio dos meios de comunicação ocidentais diante desse resultado não é casual. “Reconhecer o sucesso de Cuba romperia o relato dominante de que o país é um ‘sistema que não funciona’ ou um ‘Estado falido’”, afirma. Ele argumenta que, mesmo sob sanções econômicas severas e com recursos limitados, Cuba conseguiu preservar vidas onde outros países falharam.

O episódio do furacão Melissa reacende, assim, uma questão que vai além da política: o que o mundo pode aprender com a capacidade de um pequeno país bloqueado de proteger sua população diante de desastres naturais cada vez mais intensos?


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *