Um menino de 2 anos perdeu a visão de um olho após ser infectado pelo vírus herpes simplex (HSV) ao ser beijado por uma pessoa com herpes labial. O caso ocorreu na Namíbia e, sete meses depois do início da infecção, a criança ainda luta para preservar o olho afetado.
Juwan, que na época tinha apenas 1 ano e 4 meses, desenvolveu uma infecção ocular em agosto de 2024. Inicialmente, os médicos prescreveram colírios antibióticos, mas o tratamento não foi eficaz. Com o agravamento do quadro, especialistas identificaram que a infecção era causada pelo vírus herpes simplex, geralmente associado a lesões na boca e nos lábios.
A mãe do menino, Michelle Saaiman, ficou surpresa com o diagnóstico. “Achei que fosse uma pegadinha de 1º de abril atrasada. Nunca imaginei que herpes labial pudesse afetar a córnea de alguém”, declarou.
Apesar dos esforços médicos, o herpes avançou rapidamente. Especialistas nos Estados Unidos foram consultados para definir o melhor medicamento, mas, quando o tratamento começou a surtir efeito, a infecção já havia causado danos irreversíveis.
“Naquele momento, o herpes destruiu tanto a córnea que ele perdeu toda a sensibilidade no olho e ficou completamente cego. O cérebro parou de reconhecer o olho e interrompeu o envio de sinais. O gel protetor evaporou e o olho secou”, explicou Michelle.
Sem lubrificação, o olho de Juwan começou a se deteriorar, e um buraco de quatro milímetros se formou. A situação levou a infecções recorrentes e ao risco iminente de perder o olho completamente.
Cirurgia
Para tentar salvar o olho, os pais levaram Juwan à Cidade do Cabo, na África do Sul, onde ele passou por uma cirurgia de enxerto de âmnio e teve as pálpebras costuradas para protegê-lo. Uma nova cirurgia está marcada para abril, quando nervos de sua perna serão transplantados para o olho. Caso o procedimento seja bem-sucedido, ele poderá passar por um transplante de córnea no próximo ano.
“Não é justo que um ser humano tão pequeno passe por tudo isso”, lamentou Michelle. “No começo, ficamos muito bravos. Quem quer que tenha beijado meu filho com uma bolha de febre ativa, certamente não fez isso com a intenção de machucá-lo, mas foi um ato irresponsável.”
Para cobrir os custos das cirurgias e das viagens, os pais de Juwan iniciaram uma campanha de financiamento coletivo.
*Com informações do Extra*