Uma tragédia abalou o município de Equador, na região do Seridó potiguar, nesta quinta-feira (22). Ítalo Alves dos Santos, uma criança de apenas 4 anos, morreu após ser picado por uma cobra cascavel enquanto brincava na casa da avó. O menino, que era diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não falava, teve dificuldade em comunicar o ocorrido, o que atrasou o diagnóstico e o tratamento.

A picada aconteceu na tarde de quarta-feira (21), enquanto Ítalo brincava com uma prima de 6 anos. Segundo relato da família, o menino começou a chorar e a reclamar do pé, que logo começou a inchar e a apresentar sinais de necrose. A prima, no entanto, afirmou que não viu o que havia acontecido. Sem identificar o ferimento como uma picada de animal peçonhento, os familiares o levaram ao hospital da cidade, onde, segundo relataram, um médico recomendou uma radiografia apenas para dois dias depois, e liberou o paciente.

Na manhã seguinte, Ítalo amanheceu passando mal. Em desespero, os pais o levaram com urgência a um hospital em Santa Luzia, na Paraíba, a cerca de 33 quilômetros de Equador. Foi lá que os médicos perceberam que se tratava de uma picada de animal venenoso, e não de uma torção ou pancada no pé, como se suspeitava. Segundo a equipe médica, o veneno já havia se espalhado pelo corpo da criança.

Diante do quadro grave, Ítalo foi imediatamente transferido para o Hospital Regional de Patos, também na Paraíba, mas não resistiu. Ele morreu ainda na quinta-feira (22). Após o diagnóstico, os familiares voltaram à residência e encontraram uma cobra cascavel escondida debaixo do sofá, o que confirmou a causa do envenenamento.

O sepultamento da criança está marcado para esta sexta-feira (23), em Equador.

A Prefeitura de Equador informou, em nota à Inter TV Costa Branca, que está reunida com equipes de saúde e órgãos competentes para apurar as circunstâncias do atendimento médico inicial e os detalhes do caso. Nas redes sociais, o município publicou uma nota de pesar e solidariedade à família de Ítalo.

A morte da criança levanta questões sobre a capacitação médica em unidades básicas, especialmente em áreas onde há risco de acidentes com animais peçonhentos. O caso também evidencia as dificuldades adicionais enfrentadas por crianças autistas não verbais, que muitas vezes não conseguem expressar dor ou desconforto de forma clara, dificultando diagnósticos rápidos.

*Com informações do g1RN