O arcebispo da Arquidiocese de Natal, Dom João Cardoso, anunciou que a aprovação para a criação de duas novas dioceses no Rio Grande do Norte está prevista para 2026. Em uma entrevista ao Jornal da Manhã Natal, nesta terça-feira (2), ele explicou que, após a conclusão dos estudos necessários, será preciso obter a aprovação do Vaticano para oficializar as sedes das novas dioceses em Santa Cruz e Assú.
Dom Cardoso detalhou que foi estabelecida uma comissão de estudos para avaliar a viabilidade econômica, religiosa e cultural, além de aspectos estruturais e custos operacionais. Após a finalização deste estudo, o documento será apresentado à Santa Sé, no Vaticano. O arcebispo acredita que o projeto será concluído até o final do ano, após o qual será enviado a Roma para aprovação, processo que pode levar aproximadamente um ano. O resultado será divulgado em 2026.
A ideia de criar novas dioceses no Rio Grande do Norte é antiga, datando da década de 1960. Segundo Dom João Cardoso, a intenção é aproximar a igreja do povo. Atualmente, o estado tem três dioceses, com uma área de 56 mil km² e uma população de 3,4 milhões de habitantes. Em comparação, a Paraíba, com a mesma população, possui cinco dioceses. A Arquidiocese de Natal sozinha cobre 25 mil km² e serve 2,3 milhões de pessoas. Com a criação das novas dioceses, a arquidiocese passaria a atender cerca de 1,6 milhão de habitantes na região metropolitana de Natal.
As novas dioceses serão estabelecidas em Assú e Santa Cruz. Assú foi escolhida devido à sua importância regional e ao desejo da população local de se tornar sede de uma diocese, além de seu potencial econômico. Santa Cruz, por sua vez, é um importante destino de turismo religioso no estado, com um grande santuário que atrai muitos visitantes. A nova diocese em Assú atenderá a região do Vale do Assú e Salineira, enquanto a de Santa Cruz cobrirá a região do Trairi e do Vale do Cabugi.
Viagem a Roma
No sábado passado (29), Dom João Cardoso participou de uma cerimônia na Basílica de São Pedro, onde fez um juramento de fidelidade ao Papa Francisco. Ele destacou a importância de visitar o túmulo de São Pedro e rezar pelo bem do povo, reforçando a unidade com o Papa de Roma. Durante a celebração, o arcebispo recebeu o pálio, símbolo de sua autoridade, que será entregue oficialmente pelo Núncio Apostólico no Brasil no próximo domingo (7).