Dados preliminares do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram que mais de um terço da população ocupada no país, equivalente a 35,3%, sobrevive com rendimentos de até um salário mínimo. Em contrapartida, uma parcela significativamente menor, de apenas 7,6%, consegue auferir ganhos superiores a cinco salários mínimos, valor que correspondia a R$ 6.060 no ano de referência da pesquisa.
Embora tenha havido uma ligeira redução em ambos os percentuais na comparação com o Censo de 2010, as disparidades históricas relacionadas a gênero, raça e região permanecem profundas. A análise dos números confirma que os maiores rendimentos continuam concentrados entre homens, pessoas de cor branca ou amarela e residentes na região Centro-Sul do país.
A faixa de rendimento mais comum entre os trabalhadores brasileiros situa-se entre um e dois salários mínimos, abrangendo 32,7% das pessoas ocupadas. No extremo oposto da pirâmide social, uma elite econômica composta por apenas 0,7% dos trabalhadores recebe valores superiores a vinte salários mínimos.
As diferenças regionais são marcantes. Enquanto o rendimento médio nacional é de R$ 2.851, as regiões Norte e Nordeste apresentam valores que correspondem a apenas 78,5% e 70,7% dessa média, respectivamente. A região Centro-Oeste se destaca com o maior rendimento do país, R$ 3.292, seguida de perto pelas regiões Sul e Sudeste. Essa desigualdade é ainda mais evidente quando se observa que dezoito estados possuem rendimentos médios inferiores à média nacional, com Maranhão, Piauí e Bahia registrando os menores valores.
As divisões por gênero e raça reforçam a existência de desigualdades estruturais. Os homens têm um rendimento médio 24,3% superior ao das mulheres. Na análise por cor ou raça, pessoas amarelas e brancas possuem rendimentos acima da média nacional, enquanto pretos, pardos e indígenas, este último com o menor rendimento médio, permanecem em situação de desvantagem.
O Índice de Gini do Brasil, que mede a concentração de renda, foi registrado em 0,542, indicando um alto nível de desigualdade. As regiões Norte e Nordeste apresentam os piores índices, enquanto o Sul mostra a distribuição de renda mais equilibrada. A taxa de ocupação geral no país é de 53,5%, com as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste apresentando os melhores índices, e o Nordeste e Norte, os mais baixos.
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