Cansei!



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Comentários

2 respostas para “Cansei!”

  1. Avatar de Rose Guareschi
    Rose Guareschi

    Fernanda, esse texto eu não achei longo.

    ACHEI NECESSÁRIO
    PARABÉNS

  2. É realmente cansativo estar cansada de estar cansada 🫠😮‍💨

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Olá, queridos! Como vão?

Como vai a vida? O trabalho? A família? Saúde física está de boa? Como anda essa lombar? Como tem estado a mente? Já ativou o modo “entrego-confio-surto-agradeço”? E o cansaço, tem ocupado muito espaço na rotina? Vou melhorar a pergunta: de zero a dez, quanto falta para o seu nível de cansaço virar onze?

Por aqui, meu nível de cansaço está quase alcançando meus 1,78m de altura. É um cansaço que não passa. Estou escrevendo esse texto depois de um banho quente, tomando um chá quente, numa noite chuvosa, depois de um dia cheio, e cansada. Um cansaço muito mais mental, mas que me desgasta bem mais que as aulas de muay thai.

Outra coisa da qual todos também estamos cansados é de saber que está todo mundo cansado. Parece que virou um surto coletivo. Em todos os lugares você vê pessoas reclamando, ou apenas comentando, sobre como estão cansadas.

Eu não tenho conhecimento, ou entendimento, ou até mesmo iluminação suficientes para dizer a vocês que faço ideia do motivo pelo qual estamos todos nessa onda de cansaço. O que sei é que já vi febre de mola maluca (quem não é dessa época, procura no google), de tazo, de pular elástico, de teste de revista, de modas duvidosas, de músicas questionáveis, de reagir e botar cropped, de gratiluz, e agora, de cansaço.

Mas também sei que essa voz coletiva não se trata apenas de uma reclamação pura e simples. Eu sinto esse ecoar muito mais como um desabafo. Um grito de libertação de quem não aguenta mais fazer de conta que dá conta de tudo. Um encontro, até mesmo um reconhecimento, de pessoas que não tinham, até agora, coragem de admitir que não aguentam mais. Talvez por receio de parecerem fracas.

Quando, na verdade, não há um átomo de fraqueza em admitir que não consegue, em pedir ajuda, em saber seus próprios limites. Muito pelo contrário. Pedir ajuda nos fortalece. Desistir do que não damos conta nos ensina mais sobre nossos limites. Toda suposta perda que há nesse contexto, se converte em conhecimento e fortalecimento quando olhamos o quadro geral da nossa história.

Mas, enfim, voltando. Cansaço. Era sobre isso que eu estava falando. De como às vezes cansamos do dia a dia, cansamos da rotina, cansamos de nós mesmos, cansamos até de coisas que lutamos anos para conquistar. Cansamos também, e por que não, do nosso caminho pelo autoconhecimento.

Não sei como vocês encaram, e encaixam, a prática do autoconhecimento na vida de vocês. Eu aprendi a fazer disso um hábito tão presente que não consigo mais dissociar dos momentos em que estou me observando. Ouso dizer, sem margem para exagero, que até mesmo nos momentos de total descontrole, como quando tenho crises de ansiedade, percebo que tem uma parte minha, ainda racional, me observando.

(Nesses momentos essa parte que ainda observa é acompanhada de uma outra parte, bem debochada, que ainda diz olhando nos meus olhos: “Deixa de show que tu não é a Xuxa!”)

Ou seja, eu me observo, me analiso e me conheço o tempo todo. Mesmo! Por aí vocês tiram o quanto que isso me deixa… adivinhem! Isso mesmo: cansada!

Cansa estar o tempo todo em modo de auto observação. Cansa ouvir sua própria voz chamando sua atenção. Cansa descobrir quantas coisas nos limitam. Cansa descobrir mais uma sombra nossa que estava escondida. Cansa mais ainda ter de lidar com essa sombra, esse lado “ruim”. Ter de mudar ou aprender a conviver com essa parte de nós, recém descoberta, tudo de novo.

Cansa tanto que tem horas que eu paro e lembro daquele conhecido saber de que a ignorância é uma bênção. Se eu não tivesse inventado de querer me conhecer, não teria que lidar com nada disso, ocupando e congestionando minha cabeça. Não teria nenhum desses motivos todos que listei para estar tão cansada. Seria tudo mais leve!

Mas, logo em seguida, vem a voz da consciência e pergunta: “Será? Será que seria tudo mais leve mesmo, ou você só seria o tapete para baixo de onde tudo isso estaria sendo varrido, e depois explodiria de uma vez só, quando não coubesse mais nada, tendo que lidar com uma bagunça maior ainda para arrumar?

Estão vendo como cansa?! A cabeça não sossega um minuto sequer!

É. Cansa mesmo. Posso dizer, aliás repetir, sem medo de admitir que estou cansada, sim. Sei que é um cansaço real e que me esgota ao ponto de não querer fazer mais nada.

Mas, outra coisa que eu também sei, e que é tão certa quanto esse cansaço, é que uma hora isso passa. Seguindo os ensinamentos de Heráclito, e da música do Lulu Santos, tudo passa. Nada na vida é constante, a não ser a mudança.

Tão certo quanto o Sol nascer amanhã é que esse nosso cansaço, em algum momento, vai passar. Não consigo prever qual será a próxima febre, o próximo surto coletivo, mas é certo que virá e sairemos dessa sensação de cansaço geral e irrestrito.

E é muito importante entendermos esse movimento de que tudo está mudando, de que tudo passa, de que podemos, sim, sentir-nos cansados de trilhar esse caminho do autoconhecimento. Até porque não é um caminho fácil. É até esperado que a gente se canse ao longo dele.

Em momentos assim, a gente para um pouquinho. Descansa um pouquinho. E segue mais alguns quilômetros nessa jornada. (Mais uma referência que só pega quem é dessa época. Foi mal, jovens!).

É preciso que a gente entenda que podemos, sim, descansar em várias etapas desse caminho. Só assim vamos ser capazes de aliviar o peso que o autoconhecimento traz, junto com tantas outras coisas maravilhosas. A gente pode se cansar. Mas a gente também vai recuperar o fôlego e continuar seguindo.

Afinal, é assim que fazemos até mesmo com as coisas que mais amamos. Quem nunca se sentiu desestimulado com a profissão que escolheu? A mesma profissão que jurou seguir desde criança. Quem nunca enjoou de olhar para a pessoa que um dia chamou de amor da sua vida, mas que no dia a dia te enlouquece mais que alarme de carro que não desliga?

É assim com tudo! E assim como podemos nos cansar de tudo na vida, podemos também recuperar o fôlego e seguir no caminho que escolhemos, ao menos naqueles que escolhemos seguir com consciência, ou que ainda fazem sentido ser trilhados.

Inclusive, são nesses momentos de cansaço em que conseguimos reavaliar, depois de recuperar nossas energias, quais caminhos queremos continuar seguindo ou não. Não devemos maldizer esse cansaço. Não precisamos olhar para ele como algo ruim. Mas como algo necessário e estratégico.

Nosso corpo e nossa mente sabem mais sobre nós que nosso consciente. É importante que a gente escute e agradeça nosso corpo quando ele se mostra cansado. E entender que é hora de uma pausa estratégica para recuperar forças e reavaliar nosso caminho.

Quanto ao meu caminho pelo autoconhecimento, ao longo dele eu já cansei muitas vezes. Já reavaliei outras tantas. E posso dizer, com toda segurança, que sempre saí dessas pausas estratégicas com a tranquila certeza de que devia, sim, continuar seguindo essa trilha.

Em todas as análises que fiz, sempre contabilizei um saldo positivo das minhas andanças nesse caminho. Por mais que possa me trazer dores, por mais que me deixe cansada, por mais que tente me enlouquecer com tantos pensamentos ao mesmo tempo, sempre percebo meu saldo como positivo.

Não consigo mensurar quão valiosas são as descobertas diárias que faço sobre mim mesma. Quão valioso é poder me olhar e ver a mulher que me tornei. Além disso, conseguir ver a mulher que ainda posso me tornar! A alegria inebriante de me sentir capaz de mudar e me tornar alguém que sempre desejei ser, aquela que se compromete, e cumpre, em ser cada dia um ser humano um pouquinho melhor.

E o que mais desejo agora, de verdade, é que todos vocês também percebam um saldo bastante positivo em seus caminhos de autoconhecimento, para que isso sirva de fôlego e motivo mais que suficiente para continuar seguindo após cada momento de cansaço.

Até a próxima!



Cansei!






Olá, queridos! Como vão?

Como vai a vida? O trabalho? A família? Saúde física está de boa? Como anda essa lombar? Como tem estado a mente? Já ativou o modo “entrego-confio-surto-agradeço”? E o cansaço, tem ocupado muito espaço na rotina? Vou melhorar a pergunta: de zero a dez, quanto falta para o seu nível de cansaço virar onze?

Por aqui, meu nível de cansaço está quase alcançando meus 1,78m de altura. É um cansaço que não passa. Estou escrevendo esse texto depois de um banho quente, tomando um chá quente, numa noite chuvosa, depois de um dia cheio, e cansada. Um cansaço muito mais mental, mas que me desgasta bem mais que as aulas de muay thai.

Outra coisa da qual todos também estamos cansados é de saber que está todo mundo cansado. Parece que virou um surto coletivo. Em todos os lugares você vê pessoas reclamando, ou apenas comentando, sobre como estão cansadas.

Eu não tenho conhecimento, ou entendimento, ou até mesmo iluminação suficientes para dizer a vocês que faço ideia do motivo pelo qual estamos todos nessa onda de cansaço. O que sei é que já vi febre de mola maluca (quem não é dessa época, procura no google), de tazo, de pular elástico, de teste de revista, de modas duvidosas, de músicas questionáveis, de reagir e botar cropped, de gratiluz, e agora, de cansaço.

Mas também sei que essa voz coletiva não se trata apenas de uma reclamação pura e simples. Eu sinto esse ecoar muito mais como um desabafo. Um grito de libertação de quem não aguenta mais fazer de conta que dá conta de tudo. Um encontro, até mesmo um reconhecimento, de pessoas que não tinham, até agora, coragem de admitir que não aguentam mais. Talvez por receio de parecerem fracas.

Quando, na verdade, não há um átomo de fraqueza em admitir que não consegue, em pedir ajuda, em saber seus próprios limites. Muito pelo contrário. Pedir ajuda nos fortalece. Desistir do que não damos conta nos ensina mais sobre nossos limites. Toda suposta perda que há nesse contexto, se converte em conhecimento e fortalecimento quando olhamos o quadro geral da nossa história.

Mas, enfim, voltando. Cansaço. Era sobre isso que eu estava falando. De como às vezes cansamos do dia a dia, cansamos da rotina, cansamos de nós mesmos, cansamos até de coisas que lutamos anos para conquistar. Cansamos também, e por que não, do nosso caminho pelo autoconhecimento.

Não sei como vocês encaram, e encaixam, a prática do autoconhecimento na vida de vocês. Eu aprendi a fazer disso um hábito tão presente que não consigo mais dissociar dos momentos em que estou me observando. Ouso dizer, sem margem para exagero, que até mesmo nos momentos de total descontrole, como quando tenho crises de ansiedade, percebo que tem uma parte minha, ainda racional, me observando.

(Nesses momentos essa parte que ainda observa é acompanhada de uma outra parte, bem debochada, que ainda diz olhando nos meus olhos: “Deixa de show que tu não é a Xuxa!”)

Ou seja, eu me observo, me analiso e me conheço o tempo todo. Mesmo! Por aí vocês tiram o quanto que isso me deixa… adivinhem! Isso mesmo: cansada!

Cansa estar o tempo todo em modo de auto observação. Cansa ouvir sua própria voz chamando sua atenção. Cansa descobrir quantas coisas nos limitam. Cansa descobrir mais uma sombra nossa que estava escondida. Cansa mais ainda ter de lidar com essa sombra, esse lado “ruim”. Ter de mudar ou aprender a conviver com essa parte de nós, recém descoberta, tudo de novo.

Cansa tanto que tem horas que eu paro e lembro daquele conhecido saber de que a ignorância é uma bênção. Se eu não tivesse inventado de querer me conhecer, não teria que lidar com nada disso, ocupando e congestionando minha cabeça. Não teria nenhum desses motivos todos que listei para estar tão cansada. Seria tudo mais leve!

Mas, logo em seguida, vem a voz da consciência e pergunta: “Será? Será que seria tudo mais leve mesmo, ou você só seria o tapete para baixo de onde tudo isso estaria sendo varrido, e depois explodiria de uma vez só, quando não coubesse mais nada, tendo que lidar com uma bagunça maior ainda para arrumar?

Estão vendo como cansa?! A cabeça não sossega um minuto sequer!

É. Cansa mesmo. Posso dizer, aliás repetir, sem medo de admitir que estou cansada, sim. Sei que é um cansaço real e que me esgota ao ponto de não querer fazer mais nada.

Mas, outra coisa que eu também sei, e que é tão certa quanto esse cansaço, é que uma hora isso passa. Seguindo os ensinamentos de Heráclito, e da música do Lulu Santos, tudo passa. Nada na vida é constante, a não ser a mudança.

Tão certo quanto o Sol nascer amanhã é que esse nosso cansaço, em algum momento, vai passar. Não consigo prever qual será a próxima febre, o próximo surto coletivo, mas é certo que virá e sairemos dessa sensação de cansaço geral e irrestrito.

E é muito importante entendermos esse movimento de que tudo está mudando, de que tudo passa, de que podemos, sim, sentir-nos cansados de trilhar esse caminho do autoconhecimento. Até porque não é um caminho fácil. É até esperado que a gente se canse ao longo dele.

Em momentos assim, a gente para um pouquinho. Descansa um pouquinho. E segue mais alguns quilômetros nessa jornada. (Mais uma referência que só pega quem é dessa época. Foi mal, jovens!).

É preciso que a gente entenda que podemos, sim, descansar em várias etapas desse caminho. Só assim vamos ser capazes de aliviar o peso que o autoconhecimento traz, junto com tantas outras coisas maravilhosas. A gente pode se cansar. Mas a gente também vai recuperar o fôlego e continuar seguindo.

Afinal, é assim que fazemos até mesmo com as coisas que mais amamos. Quem nunca se sentiu desestimulado com a profissão que escolheu? A mesma profissão que jurou seguir desde criança. Quem nunca enjoou de olhar para a pessoa que um dia chamou de amor da sua vida, mas que no dia a dia te enlouquece mais que alarme de carro que não desliga?

É assim com tudo! E assim como podemos nos cansar de tudo na vida, podemos também recuperar o fôlego e seguir no caminho que escolhemos, ao menos naqueles que escolhemos seguir com consciência, ou que ainda fazem sentido ser trilhados.

Inclusive, são nesses momentos de cansaço em que conseguimos reavaliar, depois de recuperar nossas energias, quais caminhos queremos continuar seguindo ou não. Não devemos maldizer esse cansaço. Não precisamos olhar para ele como algo ruim. Mas como algo necessário e estratégico.

Nosso corpo e nossa mente sabem mais sobre nós que nosso consciente. É importante que a gente escute e agradeça nosso corpo quando ele se mostra cansado. E entender que é hora de uma pausa estratégica para recuperar forças e reavaliar nosso caminho.

Quanto ao meu caminho pelo autoconhecimento, ao longo dele eu já cansei muitas vezes. Já reavaliei outras tantas. E posso dizer, com toda segurança, que sempre saí dessas pausas estratégicas com a tranquila certeza de que devia, sim, continuar seguindo essa trilha.

Em todas as análises que fiz, sempre contabilizei um saldo positivo das minhas andanças nesse caminho. Por mais que possa me trazer dores, por mais que me deixe cansada, por mais que tente me enlouquecer com tantos pensamentos ao mesmo tempo, sempre percebo meu saldo como positivo.

Não consigo mensurar quão valiosas são as descobertas diárias que faço sobre mim mesma. Quão valioso é poder me olhar e ver a mulher que me tornei. Além disso, conseguir ver a mulher que ainda posso me tornar! A alegria inebriante de me sentir capaz de mudar e me tornar alguém que sempre desejei ser, aquela que se compromete, e cumpre, em ser cada dia um ser humano um pouquinho melhor.

E o que mais desejo agora, de verdade, é que todos vocês também percebam um saldo bastante positivo em seus caminhos de autoconhecimento, para que isso sirva de fôlego e motivo mais que suficiente para continuar seguindo após cada momento de cansaço.

Até a próxima!


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2 respostas para “Cansei!”

  1. Avatar de Rose Guareschi
    Rose Guareschi

    Fernanda, esse texto eu não achei longo.

    ACHEI NECESSÁRIO
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  2. É realmente cansativo estar cansada de estar cansada 🫠😮‍💨

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