Candidata à presidência do diretório estadual do partido fala com O Potengi sobre desafios internos, estratégia para 2026 e o legado do governo Fátima Bezerra
Em meio a uma disputa interna que opõe diferentes correntes do PT no Rio Grande do Norte, a deputada estadual Divaneide Basílio formalizou sua candidatura à presidência do diretório estadual do partido com um discurso centrado na reorganização da legenda e no fortalecimento de sua base social. Em entrevista ao Potengi, a petista avaliou a gestão atual, traçou prioridades e detalhou sua visão para as eleições de 2026.
A eleição interna do PT-RN ocorrerá em 6 de julho, com voto secreto dos filiados registrados até fevereiro de 2025. O resultado definirá não apenas a direção do partido, mas também sua estratégia para 2026 — ano em que o PT tentará manter o Planalto e reconquistar espaços perdidos no estado.
A entrevista ocorre em um cenário de polarização dentro do PT-RN. Divaneide enfrentará a chapa coletiva formada pela deputada Isolda Dantas e a vereadora Samanda Alves, que propõem rodízio na presidência.
“É hora de sair da dispersão”, diz deputada
Questionada sobre a administração do atual presidente do PT-RN, ex-deputado Júnior Souto, Divaneide optou por um tom conciliador, mas deixou claro que sua candidatura representa uma virada de página. “Tenho grande respeito por Júnior Souto, mas precisamos de um debate propositivo sobre os rumos do partido”, afirmou. A crítica velada refere-se ao que ela chamou de “dispersão política” dos últimos anos, em carta aberta às filiadas e filiados do partido, quando anunciou sua candidatura.
Sua proposta inclui caravanas pelo interior, formação política permanente e diálogo ampliado com aliados. “Queremos um PT presente nos territórios, não apenas em períodos eleitorais”, destacou.
Prioridades: reeleição de Lula, eleição de Cadu e Fátima no Senado
Sobre 2026, a deputada foi enfática: “Nosso foco é a reeleição do presidente Lula e a eleição de Cadu Xavier ao governo do estado”. A declaração reforça o alinhamento com a governadora Fátima Bezerra, que deve concorrer ao Senado.
A escolha de Cadu Xavier, secretário de Fazenda, como pré-candidato ao governo, gerou controvérsias — inclusive com críticas públicas do ex-senador Jean Paul Prates. Divaneide, porém, defendeu o processo: “Cadu reúne competência técnica e política para dar continuidade ao legado da professora Fátima”.
No plano estadual, defendo com firmeza a candidatura da professora Fátima ao Senado. Sua trajetória e compromisso com o povo potiguar são inegáveis, e tenho plena confiança de que ela continuará contribuindo significativamente com o Rio Grande do Norte no Congresso Nacional. Como pré-candidato ao governo do estado, temos o companheiro Cadu Xavier — uma liderança preparada, comprometida e com plenas condições de dar continuidade ao legado da professora Fátima, que promoveu transformações profundas e positivas no RN. A segunda vaga ao Senado ainda está em aberto, e seguiremos debatendo nomes que compartilhem nossos princípios e compromissos. Na eleição proporcional, a prioridade é a reeleição da bancada de deputados federais (Mineiro e Natália) e estaduais (Eu, Francisco e Isolda) e a formação de uma nominata robusta, forte e representativa que permita a ampliação da bancada do PT tanto no Congresso Nacional quanto na Assembleia Legislativa. Reitero o que tenho defendido nas instâncias internas do partido: meu nome está a disposição para reeleição como deputada estadual para continuar representando as múltiplas vozes que constituem o nosso mandato.
Alianças e o desafio de ampliar bancadas
A petista admitiu que as conversas para 2026 ainda estão em andamento, mas citou a Federação PT-PV-PCdoB como base inicial. “Mantemos diálogo com todos os partidos da nossa base aliada, mas sem abrir mão de nossos princípios”, disse.
“Reconectar o PT às ruas”
Ao encerrar, Divaneide fez um apelo à militância: “Precisamos renovar nossas energias e reafirmar nossos compromissos históricos: defesa da democracia, dos governos Lula e Fátima, e dos direitos do povo potiguar”.
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