A Câmara Municipal de Natal voltou a colocar em pauta, nesta quarta-feira (26), um novo processo de cassação contra a vereadora Brisa Bracchi (PT), menos de 24 horas após o arquivamento do procedimento anterior por esgotamento de prazo. A nova denúncia, apresentada novamente pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), foi aprovada por maioria e reacendeu as tensões políticas no Legislativo natalense.
O novo pedido mantém o foco da acusação original: a suposta destinação de emendas parlamentares para apoiar o evento “Rolé Vermelho: Bolsonaro na Cadeia”, realizado em 9 de agosto. No entanto, Faustino afirma ter incluído na segunda petição elementos adicionais que reforçariam sua argumentação. O processo anterior foi arquivado na terça (25) porque ultrapassou os 90 dias regimentais sem julgamento em plenário.
Brisa reagiu à reabertura dos trabalhos classificando a ação como perseguição política. Em nota, a vereadora afirmou que vê o novo processo como “uma violência política de gênero” e lamentou que a Câmara volte a dedicar tempo a um caso que, segundo ela, não apresenta provas: “Natal precisa avançar em debates sobre seus problemas reais”, declarou.
A nova comissão especial responsável por conduzir a investigação já foi definida: Samanda Alves (PT) será a presidente, Daniell Rendall (Republicanos) ocupará a relatoria e Tarcio de Eudiane (União Brasil) atuará como membro.
O clima tenso se agravou durante a sessão desta quarta-feira, marcada por atritos verbais entre Brisa Bracchi e o presidente da Casa, Eriko Jácome (MDB). Antes da votação que autorizou o novo processo, Brisa afirmou que, caso a sessão acontecesse, Eriko seria “o pior presidente da história”. Após repercussão da fala, ela pediu direito de resposta, alegando que se referia à reação da população, não ao presidente em si.
Eriko reagiu de forma firme, rejeitando a tentativa de Brisa de atribuir-lhe poderes para barrar processos internos: “Não farei uso da Presidência para manipular processos. Sempre me sujeitarei ao plenário”, afirmou. Ele também rebateu insinuações feitas por Samanda Alves de que teria influência sobre votações ou procedimentos de cassação.
Diante das acusações, o presidente reforçou que a Mesa Diretora não aceitará ataques pessoais nem tentativas de distorção: “Cada parlamentar está aqui pelo direito que recebeu do povo. Não interferirei no voto de nenhum vereador”, concluiu.
Com a abertura do novo processo, a Câmara retoma um debate que tem gerado divisões políticas, denúncias de perseguição e sucessivos embates públicos entre parlamentares.






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