O governo federal formalizou, nesta sexta-feira (19/12), a contratação das primeiras doses da vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. O imunizante, inédito por ser de aplicação única e produzido integralmente no país, passará a integrar o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026. O contrato estabelece investimento de R$ 368 milhões para a entrega inicial de 3,9 milhões de doses. Desse total, 300 mil já estão em processo de embalagem para envio imediato ao Ministério da Saúde.
As doses iniciais fazem parte de um lote de 1,3 milhão de unidades já produzidas e serão direcionadas, prioritariamente, aos profissionais da Atenção Primária à Saúde que atuam na linha de frente do SUS. Entre os grupos contemplados estão agentes comunitários, agentes de combate às endemias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos que realizam atendimento domiciliar. A previsão é que essa etapa da vacinação tenha início no final de janeiro de 2026.
Durante a assinatura do acordo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento da produção nacional de imunizantes e para a ampliação da capacidade de resposta do país diante da dengue, ressaltando o papel do Instituto Butantan no desenvolvimento da vacina.
Paralelamente, o ministério vai adotar uma estratégia de monitoramento para avaliar os efeitos da vacinação sobre a circulação do vírus. A ação será concentrada inicialmente em municípios-piloto, como Botucatu, no interior de São Paulo, e Maranguape, no Ceará, com possível inclusão de Nova Lima, em Minas Gerais. Nessas localidades, a imunização será voltada a adolescentes e adultos de 15 a 59 anos.
A vacina oferece proteção contra os quatro sorotipos da dengue e apresenta eficácia de 74,7% contra casos sintomáticos, além de 89% de redução do risco de formas graves. O produto recebeu autorização da Anvisa em dezembro e representa um avanço relevante para a saúde pública.
A expansão da vacinação para a população em geral dependerá do aumento da produção, impulsionado por uma parceria internacional com a China, que poderá multiplicar a capacidade produtiva em até 30 vezes. Apesar dos avanços, o Ministério da Saúde reforça que as medidas de prevenção e o combate ao mosquito Aedes aegypti seguem sendo indispensáveis.





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