Na manhã desta quinta-feira (13), uma operação conjunta entre órgãos públicos foi realizada no Riacho das Lavadeiras, localizado entre os bairros das Quintas e Nordeste, em Natal. O objetivo foi identificar e combater a denúncia de despejo ilegal de esgoto no local. Durante a fiscalização, foram constatadas condições alarmantes, com o rio apresentando não apenas esgoto, mas também presença de fezes, lixo e vermes.

Os representantes da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), que participaram da ação, confirmaram que o despejo de esgoto é um problema sério e persistente. A operação contou com a colaboração da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento Básico (Arsban) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semurb), todas com o objetivo de encontrar soluções para a grave situação.

A Caern anunciou que, para resolver o problema, será implementado o projeto “Se Liga na Rede” na região, oferecendo ligação gratuita à rede de esgotamento sanitário para famílias em situação de vulnerabilidade social ou baixa renda.

Durante a operação, o analista de regulação da Arsban, Pedro Júnior, destacou que a situação vai além da área de fiscalização imediata. Segundo ele, o esgoto é despejado ao longo de todo o curso do riacho, que se estende desde Nova Descoberta até o ponto em que a fiscalização foi realizada. “Essa é uma ação pontual, mas teremos outras na região, incluindo Nova Descoberta e no Novo Horizonte. O objetivo é erradicar os despejos de esgoto ao longo de todo o rio, na esperança de que, com o tempo, o riacho possa ser limpo novamente”, afirmou.

Leonardo Almeida, supervisor de fiscalização da Semurb, se disse chocado com a situação encontrada no local. “Isso aqui é o extremo do quadro de poluição ambiental. O riacho, que deveria ser uma área de vida, está totalmente eutrofizado. A água, que deveria ser limpa, está contaminada por esgoto e águas servidas. O que vimos aqui foi um local assoreado, com a estação de tratamento de esgoto ineficiente, e o cenário é de total degradação ambiental”, lamentou.

A vereadora Camila Araújo (União), que liderou a operação, também expressou sua tristeza com a situação do Riacho das Lavadeiras. “Há 30 anos, esse riacho era utilizado pelas mulheres da região para lavar roupas, pescar e até garantir a sua subsistência. O nome ‘Riacho das Lavadeiras’ é um reflexo disso. Hoje, é doloroso ver o que se tornou – um esgoto a céu aberto, tomado por esgoto clandestino e águas servidas”, disse.

Com informações do Portal 98FM